A seletividade racista à entrada de migrantes

O número de pessoas refugiadas e solicitantes da condição de refugiado nunca foi tão alto. Em maio deste ano (2022) o deslocamento global atingiu um novo recorde, e ultrapassou 100 milhões de pessoas pela primeira vez na história. No Brasil, até agosto de 2022, havia 61.730 pessoas reconhecidas como refugiadas, destes 50.000 eram oriundas da Venezuela.

Entrevistamos hoje (14/11) no JTT – A Manhã com Dignidade, Janaina Santos, doutora em Antropologia Social, pesquisadora da temática das migrações e dos direitos humanos em Santa Catarina, membro do GAIRF (Grupo de Apoio a Imigrantes e Refugiados de Florianópolis), do GTI – Grupo de Trabalho sobre Imigração da Comissão de Direitos Humanos da ALESC, do Observatório das Migrações da UDESC e do GESTO – Grupo de Estudos em Oralidade e Performance.

A pauta da migração e dos refugiados está muito presente nos discursos de lideranças políticas, especialmente da extrema-direita, no Brasil e no mundo. A questão da população migrante e refugiada vem sendo pautada por esse setor de forma racista e descriminatória, ao mesmo tempo, que se beneficiam com a força de trabalho migrante, como está acontecendo no Catar, sede da Copa do Mundo.

Janaina pontuou que a construção das fronteiras é arbitrária, são criações humanas que resultam de guerras vencidas pelos países dominadores. As fronteiras não visam evitar as migrações, mas controlá-las, abrindo e fechando de acordo com a conveniência do capital. A seletividade racista da política migratória deixa as populações da periferia do sistema morrerem, uma necropolítica – conceito cunhado pelo filósofo Achille Mbembe.

“A ONU foi criada para trazer conforto e segurança no pós guerra”, diz Janaina e complementa que quando a declaração dos direitos humanos foi promulgada em 1948 tinha como intuito proteger os interesses da população europeia e evitar que estourassem novos conflitos. A ACNUR é uma Agência da ONU para Refugiados, que precisa avançar e abarcar não somente aqueles que se refugiam por conflitos, mas também por causas ambientais, pela fome e a miséria.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM) e a (UFSC) convidam estudantes e profissionais da área de jornalismo para o Curso de Jornalismo Humanitário, que será realizado nos dias 22 e 23 de novembro, das 18h00 às 22h00. curso é gratuito e ocorrerá de forma presencial e remota. Cada participante receberá um certificado de conclusão ao final do curso, com carga horária de 8 horas. 

Assista à entrevista completa no link abaixo:

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