Por Ulysses Ferraz.
À medida que o tempo passa, o Golpe se naturaliza. O vento venta, a chuva chove, e o Golpe… golpeia. O cotidiano se ajeita. A rotina prevalece. O esquecimento se estabelece. Nem parece que o País está submetido a um Golpe de Estado. Vivemos como se fôssemos parte de um quadro de natureza-morta. Peças estáticas, cuidadosamente arranjadas para que se mantenham naturalmente imóveis. Da última vez, ficamos quase todos paralisados por 21 anos. E os efeitos da paralisação ainda perduram, 52 anos depois. Por quanto tempo mais viveremos passivamente sob esse novo Golpe velho? Uma das maiores tragédias do ser humano é a sua capacidade de se adaptar à opressão.
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Fonte:Ulysses Ferraz