Redação
No JTT – Manhã com Dignidade desta quinta-feira, 14, conversamos com a estudante autista Jun que concorreu a uma vaga na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) através da lei de cotas para PcD (Pessoas com Deficiência), após passar por uma situação traumática na banca de validação e verificação teve sua vaga indeferida.
Na entrevista de verificação foi feito um questionário com perguntas muito vagas e uma série de questionamentos a partir das respostas. A falta de preparo do/a profissional que realizou a entrevista fez a estudante se sentir em um tribunal.
Jun passou por grande desgaste, tendo que se defender e ouvir perguntas como “mas você não acha que esse início na faculdade é difícil para todo mundo?” demonstrando completo desconhecimento em relação ao autismo e as dificuldades próprias de pessoas autistas em todo o seu espectro.
Após a banca, a matrícula da estudante foi indeferida com a alegação de que ela não se enquadrava como PcD. Fez recurso, com relatórios de sua psiquiatra e psicóloga, mas até o momento a situação ainda não foi solucionada. A jovem utilizou o espaço das redes sociais para denunciar o ocorrido, virando um espaço de demais denúncias de outros autistas que passaram por situações semelhantes.
A universidade para além de passar a imagem de ser representativa deve de fato possibilitar a entrada de todes. A UFMG mostrou-se despreparada para receber autistas. A visão distorcida que a sociedade tem em relação ao autismo dificulta o acesso aos seus direitos e pode até mesmo impedir a entrada na universidade pública como ocorreu com a Jun.
Assista a entrevista completa abaixo e compartilhe o que ocorreu para que essa situação se resolva e a Jun possa ter seu direito de ingressar na universidade!