
Por Elson Concepción Pérez | internet@granma.cu
A história do povo saarauí está ligada não apenas à luta pela defesa do seu direito à liberdade e à independência, mas também às maquinações das potências ocidentais que, primeiro como colônia e depois como território ocupado, interromperam os processos democráticos, como um referendo que não foi permitido, porque sabiam muito bem que o povo saarauí votaria sim à independência.
“Os cubanos são uma nação irmã, apesar da distância, e nós, saarauís, nunca esqueceremos o apoio de Cuba, sua perseverança e sua postura local, regional e internacional em solidariedade à nossa luta”, disse Omar Bulsan, embaixador da República Árabe Saarauí Democrática (RASD) em Cuba, durante um debate recente que marcou o 52º aniversário do batismo de fogo da Frente Polisário no posto do Exército Espanhol de Janguet Quesat.
O diplomata afirmou que os verdadeiros motivos para esse desejo estrangeiro de dominação residem na obtenção do controle dos vastos recursos minerais encontrados no solo saarauí — fosfato, petróleo, gás natural, urânio, ouro, diamantes e mármore, entre outros.
A conversa do Embaixador Bulsan me fez lembrar daquele encontro de janeiro de 2002, na Ilha da Juventude, entre o então presidente daquele país, Mohamed Abdelaziz, e 365 estudantes cubanos trazidos a Cuba por decisão do Comandante em Chefe Fidel Castro Ruz para completar seus estudos secundários e superiores e, inclusive, uma vez concluídos, estudar em nossas universidades e se formar como profissionais em diversas áreas.
A abertura das escolas de Cuba às crianças e jovens saarauís “é um fato que identifica a alma das nossas relações”, declarou então o líder daquela nação irmã, falando aos jovens que estudavam na Ilha da Juventude.
Naquela data, em 2002, 2.691 jovens saharauis já tinham completado o nono ano, outros 1.507 tinham concluído o ensino secundário, 123 tinham concluído o ensino técnico de nível secundário em 14 especialidades, 19 tinham-se formado como trabalhadores qualificados e quatro tinham-se formado em educação.
Vale lembrar que, poucos meses após o território saariano ter sido invadido pelas tropas marroquinas, Cuba abriu suas universidades e outras escolas para crianças e jovens saarauís.
Atualmente, Marrocos continua a obstruir a implementação do Plano de Paz, que foi aceito por ambas as partes — a Frente Polisário e Marrocos — em 1988 e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU em 1990 e 1991.
Por sua vez, os saarauis voltaram à luta armada como única solução possível para os horrores que estão sendo cometidos contra sua população.
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