A conta-gotas avançam acordos do governo com as mães de Juárez

mostrafoto_cortadaPor Anaiz Zamora Márquez.

Dos dez compromissos assumidos em junho passado pelo governo federal para resolver os casos de assassinatos de mulheres e jovens desaparecidas na Ciudad de Juárez, somente um foi cumprido. Como ficou acordado naquela data, na semana passada funcionários locais e federais se reuniram com as mães das vítimas nas instalações da Procuradoria Geral de Chihuahua. Este foi o resultado de um protesto e do acampamento de sete dias ao lado das instalações da Secretaria de Governo por oito integrantes do ‘Comitê das Mães e Familiares com filhas Desaparecidas da Ciudad de Juárez’, na capital federal.

Em entrevista por telefone com Cimacnoticias, María Luisa (Malú) García Andrade, representante legal das oito mães, informou que durante a reunião os participantes reiteraram seu compromisso de empreender ações para a localização das jovens, mas somente abordaram dois pontos essenciais das demandas das mães.

A também líder da organização ‘Nossas filhas de volta a casa’ disse que os oito casos das jovens – cujas mães viajaram para a capital – foram integrados ao programa de recompensa (em caso de informação do paradeiro das vítimas) da Procuradoria Geral da República (PGR), com isso se faz comprimento a um dos acordos.

Cabe lembrar que as mães das jovens desaparecidas viajaram a capital em 10 de junho, com a esperança de serem recebidas por Enrique Peña Nieto, o que não aconteceu. Fora elas: María Modesta Gómez Suárez, mãe de Claudia Antonia Nuñez Gómez, que desapareceu em 2007; María Esther Arizmendiz Moreno, mãe de Brenda Patricia Luna Arizmendiz, que desapareceu em 15 de janeiro; Perla Reyes Loya, mãe de Jocelyn Calderón Reyes, que desapareceu em dezembro de 2012, e Yolanda Betancourt Retana, mãe de Janeth Paola Soto Betancourt, que desapareceu em maio de 2011. Também viajaram a capital Bertha Alicia García, mãe de Brenda Berenice García, que despareceu em 2009; Silvia Banda Pedroza, mãe de Fabiola Janeth Valenzuela Banda, que desapareceu em 2010, e Juana Ibarra Castorena, mãe de Gabriela Espionoza Ibarra, que desapareceu em 2011; e, Rosa María Apodaca Granadas, mãe de Patricia Jazmín Ibarra Apocada, que desapareceu em junho de 2011. Estas últimas resistiram ao acampamento em Segob até 18 de junho, data em que foram assinados os acordos.

Mediante a integração dos casos ao programa de recompensas serão oferecidos até 1,5 milhões de pesos a quem tiver informações sobre o paradeiro das jovens, mas a forma em que operará o programa será detalhada nas próximas duas semanas. Malú García acrescentou que, durante a reunião do dia 4 de julho, um dos temas também foi solicitação de relatórios sobre os processos dos casos das jovens desaparecidas, mas não se conseguiu definir a forma em que as mães poderão acessar eles.

Entre os compromissos das autoridades locais destaca reiniciar a vigilância – mediante câmeras de segurança – do centro da Ciudad de Juárez, por ser um dos pontos onde mais jovens tem desaparecido.

Dentro dos acordos pendentes está a identificação dos corpos de mulheres que permanecem no Serviço Médico Forense da Ciudad de Juárez com a intervenção técnica da Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF).

Embora no início as mães dissessem que contraria especialistas internacionais que participam em “Campo Algodoeiro”, as autoridades presentes nesta reunião afirmaram que serão as antropólogas forenses argentinas que realizarão o trabalho.

Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=76429

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