Por Liliane Borges.
O furacão Irma continua a devastar tudo por onde passa. Na manhã desta quinta-feira, aumentou para 11 o número de vítimas mortais daquela que é uma das mais poderosas tempestades no Atlântico no último século, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.
O número de mortos é dado pela Reuters. De acordo com a agência, as 11 mortes, um número que deverá aumentar, foram registadas em quatro ilhas atingidas pelo Irma. Esta quinta-feira o furacão deverá atingir a República Dominicana, depois de ter deixado Porto Rico na escuridão e destruir as ilhas caribenhas. De acordo com o Centro Nacional de Furacões de Estados Unidos, “o olho do Irma deverá chegar hoje de manhã à República Dominicana, passará mais tarde perto das Ilhas Turcas e Caicos e no sudeste das Bahamas à noite”.
O Irma deixou a ilha de Barbuda “totalmente devastada” e 95% da parte francesa de Saint-Martin, nas Antilhas Pequenas, destruída, descrevem informações oficiais divulgadas na noite de quarta-feira. Gaston Browne, primeiro-ministro das ilhas de Antígua e Barbuda afirmou que metade da população de Barbuda, cerca de 2000 pessoas, estava desalojada, consequência da devastação parcial ou total de nove em cada dez edifícios. Browne prevê que os custos de reconstrução ascendam aos 100 milhões de dólares.
“Fomos a Barbuda para nos depararmos com uma carnificina. Foi sem dúvida uma das experiências mais emocionalmente dolorosas que já tive”, disse em declarações à BBC Radio Four.
O furacão segue na categoria 5, “potencialmente catastrófica” e a mais elevada categoria na classificação atribuída aos furacões. Para um furacão ser classificado com este nível, os ventos máximos no olho do furacão têm de atingir os 252 km por hora, define o Centro Nacional de Furacões dos EUA. A somar-se ao Irma, duas outras tempestades ganharam força e tornaram-se furacões. Desde 2010 que não estavam no Oceano Atlântico três furacões simultaneamente.
Na linha de trajetória do furacão está também a República Dominicana e o Haiti, que no último ano foi atingido pelo furacão Mathew, seis anos depois de ter sido destruído por um sismo de magnitude 7 na escala de Richter, que matou 250 mil pessoas e feriu 300 mil.
Como medida de prevenção, Cuba já iniciou a retirada de mais de 36 mil estrangeiros atualmente de férias na costa Norte oriental e central, uma das zonas mais ameaçada pelo furacão Irma, que se deve começar a sentir na ilha na sexta-feira. Entre eles estão quatro portugueses, noticia a agência Lusa.
O furacão deverá chegar à Florida no sábado ou no domingo, altura em que deverá perder intensidade e descer para a categoria 4, antecipa tornando-se a segunda tempestade a atingir o território continental norte-americano nas últimas duas semanas. O governador republicano do estado da Florida, Rick Scott, pede à população para que não fique “sentada à espera” da tempestade e apela às populações para que se protejam imediatamente. “É extremamente perigosa e mortal. Vai causar devastação. Preparem-se agora!”, escreveu no Twitter. Florida decretou estado de emergência esta segunda-feira.
Centenas de portugueses
Esta quarta-feira, o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse à Lusa que o número de turistas portugueses nas zonas afectadas pelo furacão pode chegar a “algumas centenas”. As autoridades portuguesas foram contactadas na quarta-feira à noite por outros quatro cidadãos portugueses que disseram não ter conseguido contactar familiares seus que se encontram em S. Bartolomeu, escreve a Lusa.
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) garante que o ambiente entre os turistas portugueses em Cuba é de “absoluta tranquilidade”, depois da notícia de que quatro iriam ser transferidos por prevenção ao furacão. “Até ontem [quarta-feira] à noite, o ambiente é de absoluta tranquilidade e de gozo de férias”, afirmou Pedro Costa Ferreira à agência Lusa.
O presidente da APAVT afirma que Cuba “está muito bem organizada para situações como esta e sempre que se espera um furacão é normal agruparem-se turistas em unidades hoteleiras que estão mais seguras”.
Fonte: PÚBLICO