Babi é uma borboleta que nasceu sem asas. Certo dia, ela decide ir até o lago com as outras borboletas, mas elas a destratam por causa de sua deficiência. Ao decidir ir até o lago pela terra, ela conhece diversos outros insetos que a ajudam em sua trajetória, como a abelha Abel, o caramujo Magnólio e o vagalume Lamparino, entre outros, cada um com sua particularidade. O musical A Borboleta Sem Asas é uma obra de César Cavelagna, com dramaturgia de Marcos Ferraz, músicas de Marcos Okura, Ricardo Brunelli e Vinícius Loyola, direção musical de Vinícius Loyola e direção artística de Paula Flaibann e Bebel Ribeiro. O espetáculo estreia dia 7 de setembro de 2019, sábado, às 18h, no Teatro Dr. Botica.
A peça, que ganha versão atualizada em 2019, foi criada em 1996 a partir de um desejo de César Cavelagna e Marcos Okura de discutir o assunto da deficiência com os pequenos. O sucesso da abordagem foi tamanho que A Borboleta Sem Asas ganhou duas montagens profissionais para o palco, uma delas da extinta Cia de Teatro Rock, de Ferraz, Okura, Fezu Duarte e Fábio Ock; uma montagem criada por estudantes ao fim de uma oficina de teatro e uma adaptação audiovisual para o programa Teatro Rá-Tim-Bum, da TV Cultura.
A nova versão, com direção assinada por Bebel Ribeiro e Paula Flaibann, aposta na proximidade com as crianças da nova geração. Para isso, algumas adaptações foram feitas, como músicas que flertam mais com o pop e a principal ocupação das borboletas que hostilizam Babi – se na versão original elas eram modelos, agora elas são digital influencers. “É uma versão da Borboleta para os anos 2020“, diz Marcos Okura, que acompanhou o processo de criação da peça como supervisor artístico.
O espetáculo é composto por dez músicas. O diretor musical Vinícius Loyola apostou em diferentes gêneros e referências que alcançam crianças e adultos. Pop, rock, tango, disco e axé integram a trilha sonora. Os figurinos de Juliana Sanches fogem do óbvio na representação dos insetos. “Não quisemos nada muito realista, há apenas alguns elementos do figurino que remetem ao inseto em questão, mas isso só se revela mesmo pela dramaturgia”, contam as diretoras.
O cenário, também assinado por Juliana, é simples e objetivo. Escadas, guarda-chuvas estilizados como flores e puffs em forma de cogumelos enfeitam o jardim que ambienta a história. As diretoras contam que as adaptações feitas no texto foram anotadas em tempo real para manter a dinamicidade da peça. “Uma piada que funciona hoje pode perder o sentido em pouco tempo, então fazemos atualizações a cada ensaio para que possamos manter a peça atual em todas as sessões e temporadas”, contam.
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A peça foi viabilizada pelo Grupo Trapiche de Teatro, que tem como essência de seus estudos encontrar pontos de intersecção entre o teatro musical, o cinema e o teatro clássico ou teatro de texto. “Trazer um tema de tamanha relevância como esse, em um país onde ainda sofremos com a falta de apoio e preocupação com o portador de necessidades especiais num espetáculo voltado para o público infantil e jovem, colabora no debate e age como agente facilitador para a discussão principal”, conta Nayana Gomes, do Grupo Trapiche.
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Ao convidar os artistas para criar a nova versão de A Borboleta Sem Asas, o Grupo Trapiche deu total liberdade para que a equipe criativa desenvolvesse a peça. “Fizemos uma audição em que recebemos mais de 200 currículos. Fizemos testes com 60 pessoas, chegamos em 18 e selecionamos para a montagem sete artistas”, contam Paula e Bebel.
Além da exigência de que os selecionados fossem habilitados para atuar de acordo com técnicas do teatro musical, a seleção também levou em conta a diversidade, resultando assim num elenco plural em vários aspectos. “Temos atores de Fortaleza, Distrito Federal, Manaus e interior de São Paulo, em cidades como Caieras, Bauru e Santo André”, conta o diretor musical Vinícius Layola.
Para a equipe, as personagens da peça também trazem elementos humanos que podem gerar reflexões nos adultos e crianças sobre o respeito à diversidade. “O zangão é debochado e vaidoso, a abelha é muito trabalhadora, o caracol é um tipo apaixonado e o vagalume é um sábio”, contam as diretoras. Okura, único integrante que também faz parte da equipe original de A Borboleta Sem Asas, afirma que mesmo com todas adaptações, a mensagem de acolhimento das diferenças e do entendimento que são elas que nos fazem únicos está mantida na peça. “Essas questões são atemporais e estão retratadas o tempo inteiro”, opina.
SINOPSE
O espetáculo é ambientado em um grande jardim, onde vários animais e insetos buscam viver em harmonia. Assim, à medida que segue em direção ao lago, Babi, a borboleta sem asas, conhece o caramujo Magnólio, a abelha Abel e o vagalume Lamparino, entre outros, cada um com sua particularidade. E vai descobrir, nessa caminhada, que as deficiências são eficiências singulares, um modo particular de ser e estar na vida.
FICHA TÉCNICA
De: César Cavelagna
Texto: Marcos Ferraz
Direção Artística: Paula Flaibann e Bebel Ribeiro
Direção Musical: Vinícius Loyola
Cenário e Figurino: Juliana Sanches e Felipe Cruz
Elenco: Ana Bia Matos (Babi), Alba Brito (Abel), Daniel Selles (Lamparino), Bruno Vaz (Zangão), Maísa Lacerda (Amélia), Fabio Fernandes (Magnólio) e Giovanna Federzoni (Hortência)
Realização: Grupo Trapiche
Produção: Nayana Gomes
SERVIÇO
A Borboleta Sem Asas
De 07 a 22 de setembro de 2019
Sábados e domingos, às 18h
Teatro Dr. Botica
Shopping Metrô Tatuapé – Piso Superior (Praça de Alimentação)
Rua Dr. Melo Freire – Tatuapé / SP
Tel: 11 2251-5775
Capacidade: 247 lugares
Duração: 60 minutos
Ingresso: R$40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Classificação: Livre (Recomendado para crianças a partir de 4 anos)
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