Novos passos da Unasul

UnasulPor Thiago Burckhart, para Desacato.info.

A última semana foi marcada pela reunião dos dirigentes sul-americanos na cúpula da Unasul. Nesse momento foi inaugurada a nova sede da Unasul, na mesma cidade, batizada de “Néstor Kirchner”. A organização que estava sofrendo de uma paralisia momentânea com a presidência compartilhada entre Colômbia e Venezuela reergue-se visando dar continuidade ao processo de integração social e política iniciado em 2008.

A reunião foi marcada pelos discursos de integração sul-americana, foram propostas a criação de projetos de cooperação na área da infraestrutura e a soma de esforços para o enfrentamento à crise econômica internacional. Além disso, a presidenta do Brasil Dilma Rousseff pediu a cooperação dos Estados membros na preservação da estabilidade democrática na região, que passou recentemente por eleições presidenciais no Chile, Bolívia, além do Brasil e Uruguai.

Uma das propostas que suscita grande interesse é a criação de um passaporte único entre os países da América do Sul, o que possibilitaria a livre-circulação dos mais de 400 milhões de habitantes sul-americanos. Assim, será permitido que os cidadãos dos países da região poderão trabalhar, estudar e viajar sem qualquer impedimento, utilizando somente o passaporte sul-americano. Esse pode ser um dos acordos mais profícuos formado pela Unasul desde o seu nascimento.

O levante da organização

Esse encontro serviu para repensar a dinâmica de atuação da Unasul em meio a uma diminuição nos ritmos de seus projetos e uma maior preocupação dos respectivos governos com suas questões internas. A pauta de uma integração sul-americana é uma questão fundamental nos dias atuais, haja vista a necessidade de fortalecimento das nações do eixo Sul-Sul para o enfrentamento à crise econômica mundial e às políticas neoliberais.

Torna-se necessário, assim, consolidar uma agenda externa do grupo no sentido da promoção da paz, da união dos povos sul-americanos (e latino-americanos), além de uma maior cooperação entre os países no que tange às boas práticas econômicas como a auditoria interna de suas respectivas dívidas públicas, realizada em 2009 no Equador e prevista na Constituição brasileira. Trata-se da soma de esforços na construção de uma política contra-hegemônica global a partir da diplomacia e do respeito e inclusão dos diversos povos sul-americanos.

 Thiago Burckhart é estudante de Direito.

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