O processo de crescimento e de elitização da cidade de Florianópolis além de promover a destruição dos recursos naturais atinge brutalmente grande parte de sua população tradicional- os pescadores . Ao mesmo tempo em que são citadas a quatro ventos a “cultura” local, o ”manezinho da ilha” e as belezas do mundo do mar, as famílias de pescadores vêem flagrantemente seu modo de vida minguar, desaparecer. É todo um modo de vida, uma sócio-economia que sustentou por anos- e ainda sustenta, em parte – a vida dos que vivem em Florianópolis. Os pescadores sabem que a Natureza é finita, que deve ser respeitada em seus ciclos e que não pode ser transformada em mercadoria. mas eles estão cada vez mais confinados em pequenas áreas de água e de terra, deixado seus trabalhos tradicionais em detrimento de empregos,precarizados e desprovidos de sentido, abandonando deus territórios e sua cultura -que é seu modo de vida.
Além disto, são alvo do que chamamos de injustiça ambiental: impedidos de exercer seu ofícios, por conta de leis ambientais que somente caem sobre os pobres, vêem as leis serem burladas sem cerimônia pelas elites locais e pelos visitantes de alto luxo, que atenderam aos planos de transformar a cidade em um território de consumo.
Buscando resistir a este processo, tem se juntado grupos e movimentos que lutam contra à destruição de recursos hídricos, flora, fauna e outros recursos naturais, contra a privatização de áreas públicas. Movimentos que lutam pelo direito a uma cidade justa,onde caibam todos e todas.