Por Thiago Burckhart, para Desacato.info.
Dilma Rousseff (PT) é reeleita presidenta do Brasil com 51,64% dos votos. Após uma longa e concorrida disputa, às 20:00 horas desse domingo foi confirmada a vitória da candidata PTista para permanecer por mais quatro anos na presidência, assim, serão 16 anos do Partido dos Trabalhadores como situação. Essa campanha presidencial teve características peculiares: ameaças pessoais, incentivo ao ódio, acusações indevidas e infundadas e as discussões que geralmente são deixadas ao segundo plano, passaram a fazer parte do debate, sobretudo no primeiro turno.
Contudo, a vitória da Dilma Rousseff e a derrota de Aécio Neves (PSDB), representa a vitória do progressismo sobre o conservadorismo, que apesar de andar a passos lentos no país, trouxe inúmeros avanços sociais e econômicos para o povo nos últimos anos. O Partido dos Trabalhadores, após tornar-se situação em 2003, trouxe sua política para o centro do espectro político, abandonando causas que foram suas bandeiras quando oposição. No entanto, a reeleição de Dilma neste ano mostra que há a necessidade de redesenhar esse cenário, de modo que o PT venha a se envolver novamente com os movimentos sociais e apoiar as bandeiras que deixou para trás.
Há a necessidade, agora, de se fomentar o debate sobre a reforma política e a regulamentação democrática dos meios de comunicação. Esses dois pontos são fundamentais para a consolidação da democracia brasileira. O debate deve trazer à tona os movimentos sociais que já lutam por essas causas há anos, bem como as associações e sociedade civil organizada para que sejam feitas as devidas reformas nesse cenário.
Esses próximos quatro anos de governo serão difíceis para a aprovação de pautas progressitas e libertárias, haja vista a composição do Congresso Nacional ser a mais conservadores desde 1964. Contudo, há que se lembrar que é o povo que faz o país, e é o povo que deve reivindicar essas pautas, para que o progressismo seja novamente vitorioso. As urnas mostraram que queremos um país mais progressista, mas isso não termina por aí, a militância das ruas não deixarão de cobrar as devidas mudanças.
Thiago Burckhart é estudante de Direito.
Foto: Reuters.
