Florianópolis, 7 de outubro de 2014.
Neste, dias, a humanidade transformadora, rebelde ante a injustiça e a desigualdade que não está disposta a aceitar a marcha taciturna dos tempos sem fazer parte da história, lembra com resistência utópica, os 47 anos do assassinato de Ernesto “Che” Guevara, o companheiro da Nossa América Latina e Caribenha. Exatamente, nestes dias, se começa a desenvolver o segundo turno da eleição presidencial do maior irmão da Pátria Grande, Brasil.
“El Che” era um contraponto exemplar e atuante ao sistema imposto pela democracia representativa e burguesa e sabia, com clareza, do valor meramente tático de uma eleição nesses moldes. Um grande processo de transformações não se afinca na escolha representativa. Essa percepção é a base de pensamento que, durante 7 anos, seguiu este Portal. A partir dele, construímos e pautamos A Outra Informação.
Sem restar importância à decisão que o Povo brasileiro tomará, sem esquecer a transcendência que terá essa decisão para os países irmãos, sem descuidar a relevância do que está em jogo, precisamos afastar-nos do discurso que permeia todos os veículos de comunicação. Para nós, a votação é um momento mais de um processo muitíssimo maior que não ficará resolvido nas urnas.
O tipo e a qualidade de democracia que temos são insuficientes para resolver os problemas que nos coloca a história desde a chegada dos conquistadores, e o seu domínio através das suas instituições em favor dos poderosos.
No dia seguinte à eleição devemos começar a discutir, irredutivelmente, a o tipo de democracia na qual acreditamos e as instituições que ela precisará. A Reforma Política não pode ser uma pátina encima do velho. Esse debate está imerso no marco destes dias, mas não é, nem poderia ser, o centro das atenções, porém, será decisivo a partir do dia seguinte. A Pátria Grande que El Che, sonhou e ajudou a gestar, aguarda a resolução deste impasse histórico do Brasil, muito superior ao processo eleitoral representativo.