UNIÃO GERAL DOS TRABALHADORES ARGELINOS – PARTIDO DOS TRABALHADORES
“Aos trabalhadores, aos militantes operários,
Aos defensores das liberdades democráticas
Fim incondicional, total e imediato do bloqueio de Gaza
Fim imediato de todas as medidas de guerra contra Gaza”
«Os povos e os trabalhadores de todo o mundo ficaram horrorizados diante do massacre e as destruições maciças que Israel e o seu Exército impuseram em Gaza, a todo o povo palestino, lançando contra ele um dilúvio de fogo, durante 51 dias: 2150 mortos, cerca de 12 mil feridos com muita gravidade, 20 mil habitações destruídas (jogando na rua 25% dos habitantes de Gaza), todas as infraestruturas de base destruídas (escolas, hospitais, fábricas, estradas, universidades, etc.), levando à destruição de 200 mil empregos – é este o balanço macabro.
Os povos e os trabalhadores de todo o mundo não aceitam que a maioria dos governos ocidentais, a começar pelo governo Obama, possam armar e apoiar Israel, culpado de um verdadeiro genocídio. Os povos e os trabalhadores não aceitam que numerosos governos –particularmente um determinado número de regimes árabes do Oriente Médio – se tornem cúmplices desse crime contra a humanidade.
O povo palestino não tem o direito a viver? Por que o que exige o povo palestino é o que exigem os povos de todo o mundo: a terra, a paz, a liberdade, o restabelecimento de sua unidade como nação.
Em todos os continentes – na Europa, nos EUA, na América Latina, no Magreb, no Oriente Médio, no Japão, no Paquistão, na África do Sul, etc. – realizaram-se gigantescas manifestações de dezenas de milhares e, por vezes, centenas de milhares de trabalhadores e de jovens exigindo o fim dos massacres e dos bombardeios, o fim do bloqueio que estrangula Gaza desde 2006.
E enquanto milhares de judeus israelenses se manifestavam em Tel Aviv para denunciar a guerra contra Gaza, centenas de judeus sobreviventes do genocídio nazista e seus descendentes na Europa e nos EUA, declaravam
Como judeus sobreviventes do genocídio nazista – e descendentes de sobreviventes – nós condenamos inequivocamente o massacre dos palestinos de Gaza assim como a ocupação e a permanente colonização da Palestina histórica.
Nada pode justificar o bombardeio dos abrigos da ONU, das casas, dos hospitais e das universidades. Nada
pode justificar privar as pessoas de água e de eletricidade. Devemos coletivamente juntar as nossas vozes e
utilizar coletivamente tudo o que estiver em nosso poder para pôr fim a todas as formas de racismo e, portanto,
ao permanente genocídio do povo palestino. (…)
‘Isto nunca mais’ deve significar isto nunca mais para quem quer que seja!.
Eles têm razão. E a mobilização internacional ajudou o povo palestino, a sua resistência, a impor um recuo a Israel, levando a um relaxamento parcial do bloqueio e à suspensão dos bombardeios. Mas a agressão israelense contra o povo palestino martirizado prossegue por meio de prisões em massa, assassinatos, incursões do Exército israelense, manutenção do bloqueio e confisco de terras palestinas para
estender as colônias judias, submetendo, cada vez mais, à fome e aos guetos as populações palestinas. Isto no momento em que os habitantes de Gaza – totalmente devastada – estão na maior penúria, privados de teto, de alimentos, de água e de eletricidade, ou seja, em perigo de vida.
A UGTA e o Partido dos Trabalhadores – que organizam, na Argélia, a mobilização operária e popular em defesa de Gaza – dirigem-se solenemente a todas as organizações do movimento operário internacional, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, a todos os militantes, a todos os defensores das liberdades democráticas, da paz e da fraternidade entre os povos:
– Exijamos em conjunto a satisfação das aspirações vitais do povo palestino,
– Apoiemos a aspiração unânime do povo palestino: “Não queremos ser mortos em fogo brando”.
Não pode haver paz sem o fim incondicional, total e imediato do bloqueio, sem a reconstrução das fábricas, das infraestruturas e habitações destruídas, sem o restabelecimento incondicional do direito à pesca, sem o direito a ter portos e um aeroporto, sem meios para o funcionamento dos hospitais e das escolas, sem o direito ao emprego, o direito dos camponeses a cultivarem suas terras, o direito à eletricidade e à água…
Não pode haver paz sem o fim da repressão, sem a libertação dos prisioneiros – entre os quais 262 crianças, muitas mulheres e pessoas doentes.
Nós dizemos: é responsabilidade em particular das organizações do movimento operário de todo o mundo parar o braço cúmplice de todos os governos que apoiam Israel, o seu Exército e a sua loucura assassina.
Por isso, apelamos a todos para que tomem todas as medidas necessárias para fazer cessar essa loucura criminosa.
Abdelmadjid Sidi Saïd
Secretário-Geral da UGTA e Vice-presidente da Organização da Unidade Sindical Africana
Louisa Hanoune
Secretária-Geral do PT
Foto: Palestinos esperam para entrar no Egito por Rafah, sul da Faixa de Gaza, 1 de julho de 2008. (Wissam Nassar/MaanImages)