Por Nora Fernández Espino.
Será que ninguém se toca de que faz um ano a mesma coligação de poderes ocidentais estava para bombardear a Síria (e não o fizeram graças à brilhante intervenção russa que fez a mediação para conseguir que Bashar Al Assad entregasse as suas armas químicas para uma comissão das Nações Unidas e que, mesmo assim, foi comprovado por outra comissão de especialistas da ONU que as armas não foram usadas contra a população civil síria pelo exército sírio, mas pelos grupos “rebeldes” apoiados armamentística e financeiramente por britânicos e estadunidenses)? Um ano mais tarde voltam ao mesmo, mas com outra desculpa: OS GRUPOS TERRORISTAS (que antes eram aliados dos poderes ocidentais e não se chamavam terroristas senão REBELDES na grande mídia). Obviamente este ano que passou serviu para montar uma operação de provocação contra a Rússia na Ucrânia que levaria a guerra para a porta da frente da Rússia distraindo as suas forças e energias ao mesmo tempo que a propaganda ocidental deteriorava a imagem do aliado da Síria, acusando-o de atacar um avião de passageiros, violações às leis internacionais e a aplicação de uma nutrida lista de sanções que tiraria da Rússia o mérito ganhado impedindo a guerra na Síria.
Ocidente não deixa as “afrontas” sem cobrar e assim nos encontramos hoje na situação atual em finalmente a Síria está sendo atacada pela coalizão ocidental com diferente pretexto, mas igual objetivo: derrubar o governo sírio e ter via livre para a tubulação de gás desde o Iraque, atravessando pela Síria em direção a Israel e, desde lá, distribuir o gás para a Europa (desde que dê tudo certo) e também eliminar o governo de Bashar e substituí-lo por um governo antenado com os interesses do império, enfraquecer a Rússia e impedor a instalação de bases militares russas na Síria, e o mais atraente: tirar a Rússia do negócio da venda de gás a países europeus…
Tem uma equação que jamais deve ser esquecida: As potências ocidentais nunca empreendem ações militares por causas que não sejam econômicas e geopolíticas. Não o fizeram contra Saddam Hussein porque ele tivesse armas de destruição em massa. Não aconteceu com o Afeganistão para que as meninas afegãs pudessem receber educação (o cúmulo da hipocrisia depois da quantidade de meninas assassinadas por eles nos ataques ao país), nem atacaram a Líbia e assassinaram o Khadafi para defender a população civil líbia (que hoje tem que lidar com um país totalmente destruído y enfrentado em internas tribais ensanguentadas).
A marca de Ocidente nos países asiáticos e de Oriente Médio sempre foi a destruição e apropriação de recursos. Nada novo sob o sol!!