Estudante da Unila é brutalmente assassinada por um desconhecido

1002665_10151910991686431_2085494068_n57337Por Vanessa Martina Silva.

O Centro Académico de Economía, Integração e Desenvolvimento – Gentil Corazza, da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila) divulgou uma nota neste sábado, 8 de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, lamentando a morte de uma das alunas da universidade, Martina Piazza, que foi mais uma vítima do machismo e do feminicídio em nossa sociedade. “Martina foi arrancada de nossos braços como mais uma vítima desta sociedade violenta e patriarcal”, diz a nota.

A uruguaia Martina estudava antropologia na Unila. Desde o domingo (2) ela foi dada como desaparecida. Ela foi encontrada na quinta-feira (6) em um apartamento de amigos que haviam viajado e pediram para que ela cuidasse do local. De acordo com a autópsia, a jovem foi estuprada. Em seu corpo havia com sinais de estrangulamento, e há indícios de que sua cabeça e seus braços foram queimados.

Martina entrou com um homem no apartamento da amiga e uma hora e meia depois, ele saiu sozinho e apressadamente, como revelam as imagens gravadas pelas câmeras de segurança.

O único e principal suspeito de ter cometido tal crime está foragido da polícia. O suspeito não é estudante da universidade, mora em Foz do Iguaçu e tem, em seu Facebook, várias imagens de pessoas deformadas com a legenda Fox Walking Dead. Não há nenhum indício, até o instante da apuração, de que Martina tivesse qualquer envolvimento com o suspeito.

Em decorrência do acontecido, a Unila declarou luto oficial por três dias, a partir da sexta-fira (7).

Veja a íntegra da nota de solidariedade dos estudantes da Unila:

O Centro Acadêmico de Ciências Econômicas, vêm a público manifestar sua profunda dor pelo brutal assassinato de nossa querida companheira Martina Piazza, estudante uruguaia do curso de antropologia desta instituição.

Manifestamos nossa total solidariedade com a família e amigos. Martina foi arrancada de nossos braços, como mais uma vítima desta sociedade violenta e patriarcal.

Casos como o ocorrido são mais frequentes do que se imagina e a dificuldade que muitas mulheres encontram em denunciar, leva á sua constante repetição. Porém os atos de violência contra a igualdade de gênero atingem a sociedade como um todo e cremos que se a vítima não conseguir realizar a denúncia toda a sociedade tem o dever de fazê-la.

Em toda a América Latina os números de violência contra a mulher são alarmantes. No ano passado morreram na região pelo menos 1.800 mulheres por causa da violência de gênero. E estes dados não incluem Brasil e México, que não têm disponíveis números tão atualizados.

No Brasil, de acordo com dados de 2011 da Fundação Perseu Abramo, estima-se que a cada 2 minutos, 5 mulheres são agredidas. Em um estudo preliminar, o Ipea estima que, entre 2009 e 2011, o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios (mortes de mulheres por conflito de gênero).

De acordo com dados da CEPAL, 45% das mulheres da região dizem já ter recebido ameaças por parte de seus companheiros, sejam namorados ou maridos.

Segundo dados do Programa ONU-Mulheres, a Bolívia é o país latino-americano onde mais mulheres (52%) afirmam ter sofrido violência sexual ou física pelo companheiro íntimo, seguida por Colômbia (39%), Peru (39%) e Equador (31%). Estes dados revelam o quão enraizado está o machismo em nosso meio. Reiteramos que toda atitude machista deve ser denunciada e repudiada por todos que acreditam numa sociedade justa e livre de opressão.

Fonte: Portal Vermelho.

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