A Justiça argentina ordenou a suspensão imediata da construção de uma nova fábrica de sementes da multinacional Monsanto na região de Córdoba. Uma corte de apelação local aceitou um recurso protocolado por ambientalistas e vizinhos da futura indústria, paralisando as obras até que um estudo de impacto ambiental seja apresentado. A empresa norte-americana já afirmou que vai recorrer da decisão.
“Prestamos uma queixa criminal para informar os promotores de certas irregularidades e violações à lei ambiental que ocorreram no coração do Ministério do Meio Ambiente, que está envolvido na concessão de autorizações ao projeto”, afirmou o advogado Raúl Montenegro, autor do recurso. Com cartazes de “Basta de saque e contaminação”, manifestantes de entidades ambientalistas fizeram vigília em frente à sede do tribunal para protestar contra a empresa.
Em vídeo de divulgação da nova fábrica, Monsanto projeta como seriam ocupados os 27 hectares do terreno da nova planta. Veja aqui
A Monsanto, por sua vez, defendeu-se das acusações. “Consideramos legítimo nosso direito de construir, pois cumprimos com todos os requerimentos legais e obtivemos a autorização para a obra de acordo com a regulamentação vigente”, afirmou a empresa, em comunicado. A principal atuação da Monsanto se dá no setor agrícola, fabricando produtos químicos, herbicidas e sementes — muitas delas transgênicas.
Em outubro de 2013, protesto organizado por manifestantes e ambientalistas queria impedir a construção da fábrica
A ordem judicial impede que o governo regional de Córdoba, a 650 quilômetros a capital Buenos Aires, autorize a Monsanto a construir no local sem a conclusão do estudo ambiental. A fábrica a ser construída pela Monsanto prevê a ocupação de 27 hectares de terreno.
Desde setembro de 2013, os manifestantes já vinham realizando protestos e tentando na Justiça argentina bloquear a construção da nova fábrica de sementes.
As atividades da Monsanto despertam polêmicas em todo o mundo, em função das denúncias sobre os danos à saúde, os impactos ambientais e a incerteza sobre os efeitos da alteração genética de suas sementes.
No Brasil, a multinacional também está envolvida em processos judiciais bilionários a respeito da cobrança de royalties sobre as sementes de soja transgênica, amplamente utilizada em todo o país.
Fonte: Ópera Mundi
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