Os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) decidiram manter a greve que já dura mais de dois meses. Na assembleia encerrada na noite de ontem (3), a maior parte dos funcionários do órgão decidiu aguardar uma nova proposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que atenda às reivindicações da categoria, mesmo com a sinalização do governo de que não haverá novas negociações.
“O Incra precisa de mais servidores e de mais de orçamento [R$ 4 bilhões neste ano]”, criticou Reginaldo Marcos Aguiar, diretor nacional da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (Cnasi). Segundo ele, até o final do governo Dilma Rousseff, dos 5,5 mil funcionários na ativa, mais de 2 mil estarão em condições de se aposentar.
“Com o orçamento que temos hoje, não conseguimos fazer várias ações, como assentar famílias e regularizar terras como a de quilombolas. Temos péssimas condições de trabalho, salário ruim e orçamento insuficiente”, acrescentou Aguiar.
Para os servidores de carreiras como perito federal agrário e de reforma e desenvolvimento agrário, a proposta de remuneração apresentada nos dias 26 e 28 de agosto “eram equivocadas e apenas compensavam as perdas inflacionárias dos próximos três anos, não proporcionando qualquer evolução salarial dos profissionais do Incra”, disse Aguiar.
Segundo o diretor, a proposta representaria um acréscimo de cerca de R$ 200 reais ao salário mensal de quase 70% dos servidores.
“Mantemos a greve e estamos com duas ações em andamento. Uma é pela reestruturação das carreiras, com melhorias. A outra ação é para tentar inferir emendas ao Ploa [Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2013]. Neste momento, tem uma equipe nossa em Roraima, conversando com o relator da medida [senador Romero Jucá (PMDB-RR)].”
Em relação à reestruturação das carreiras, os grevistas estão tentando manter diálogos com a equipe do Planejamento. A assessoria do ministério sinalizou que as reuniões para debater a reestruturação de carreiras do serviço público vão ocorrer a partir deste mês.
Fonte: Carolina Gonçalves – Agência Brasil.
Foto: ABr.