MST doará 25 toneladas de alimentos no final da feira.

Ato de abertura da feira, que vai até domingo: 500 toneladas de alimentos vindas de 24 unidades da federação. Foto: MST

No segundo dia da Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, o ministro de Portos e Aeroportos, o ex-governador Márcio França, manifestou apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). E destacou “a volta da civilidade” nas relações entre partidos e governos. “Aquela loucura passou”, afirmou, em cerimônia de abertura oficial do evento, que vai até o próximo domingo (14), no Parque da Água Branca, zona oeste da capital. “A feira é um convite para as pessoas verem a produção que é feita nos nossos assentamentos.”

Em sua fala, Márcio França citou o prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB), e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo ele, ambos podem discordar do pensamento do MST, mas mostram respeitar o movimento. “E que bom que temos agora o presidente Lula, que poderá intermediar essas relações. Essa é a volta da civilidade.” Para o ministro, o desafio agora é “afirmar o nosso governo perante o Congresso”.

Doação de alimentos

A quarta edição da feira traz aproximadamente 500 toneladas de alimentos, vindas de assentamentos e acampamentos em 24 unidades da federação. Desse total, 25 toneladas foram reservadas para doação, segundo Gilmar Mauro, da direção nacional do MST. “Vamos distribuir no domingo para movimentos, organizações e entidades carentes. Solidariedade não é dar sobra. É partilhar aquilo que se tem. Foi o que fizemos na pandemia”, lembrou. O dirigente observou ainda que a feira do MST tem uma mostra da produção nacional do movimento.

Alessandra Leão e Zeca Baleiro se apresentaram ontem à noite. Feira terá atrações culturais todas as noites, no Parque da Água Branca (Foto: Junior Lima)

Ele reafirmou despreocupação com a comissão parlamentar de inquérito organizada para apurar atividades do MST. “Não existe objeto para investigar. É gasto de dinheiro público”, afirmou Gilmar Mauro, ao lembrar que é a quinta CPI formada com esse objetivo. “Muitas vezes decretaram o fim do MST, e estamos indo para 40 anos.” O 40º aniversário da organização será em janeiro do ano que vem.

Tranquilidade institucional

O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Vagner Freitas, afirmou que o país precisa de “tranquilidade institucional”, e isso passa pelo combate à desigualdade. “É uma questão de política econômica e desenvolvimento.”

Ele anunciou uma experiência “piloto”, em parceria com a Federação das Indústrias do Distrito Federal, para uso de alimentos em unidades do Sesi. “Para fomentar a agricultura familiar”, disse Vagner, também ex-presidente da CUT.

Atrações musicais

Sem-terra de origem, a deputada estadual (PT-RJ) Lucia Marina dos Santos, conhecida como Marina do MST, criticou a instalação da CPI. “Mais uma vez, querem criminalizar o MST e colocar para baixo do tapete os crimes que o agro, o hidro e o mineral cometem nesse país”, afirmou. Já o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) acrescentou que a direita continua ativa: “A criminalização contra os movimentos sociais nunca esteve tão forte como agora”.

Até domingo, a programação da feira inclui seminário e atividades culturais. Ontem (11) à noite, por exemplo, um dos convidados foi o cantor e compositor Zeca Baleiro. Nesta noite, se apresentam o cantor Yago Oproprio e o sambista Jorge Aragão.

 

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