Por Jaine Fidler Rodrigues, para Desacato.info.
Nas últimas semanas fatos vieram a tona para comprovar que muitas feridas históricas do nosso país ainda estão, abertas. Elas jorram sangue, dor e injustiça. Ao analisar estes fatos, lembra-se de uma tese teórica do historiador, Leandro Karnal, qual afirma que o Brasil tem dificuldade de aceitar e reconhecer toda violência, guerra e escravidão vivenciada neste território. Isto, consequentemente, implica em fuga. Fuga de ir nas raízes dos problemas e resolver. Reparar.
Neste quadro, é válido refletir sobre a etimologia da palavra ‘trabalho’.
“Ela vem do latim tripalium, termo utilizado para designar instrumento de tortura, ou mais precisamente, “instrumento feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, nas quais agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e esfiapá-los” (ALBORNOZ, 1994, p.10). Ou seja, por muito tempo o significado de trabalho foi associado a fardo e sacrifício. Na Grécia Antiga, o trabalho era desprezado pelos cidadãos livres. Platão considerava o exercício das profissões vil e degradante. Nos primeiros tempos do cristianismo, o trabalho era visto como tarefa penosa e humilhante, como punição para o pecado”.
Os ciclos estão se repetindo, somente, de maneira diferente. No passado, os escravos carregavam bolas de ferro, correntes… nas ruas, apanhavam dos chamados ‘pelourinhos’. Hoje, são alimentados em lugares precários, sem condições dignas para exercer funções e ainda, sem valorização salarial. Como os vistos na semana passada em Joinville, se alimentando em um canil.
Isto não é analogia, é realidade. Para falar sobre este assunto, esteve no JTT-Manhã Com Dignidade desta segunda-feira (6), o economista Carlindo de Oliveira.
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