Mobilização dos Povos Indígenas em POA mostra a sua resistência incansável

Por Roberto Liebgott, Cimi Sul – Equipe Porto Alegre.

A mobilização dos Povos Indígenas em Porto Alegre contou com a participação de cerca de 500 pessoas das comunidades Mbya Guarani, Kaingang, Xokleng de São Francisco de Paula – Retomada Xokleng Konglui, Canela – Retomada Kaingang, Bento Gonçalves- Kaingang, Maquine – Retomada Ka’aguy Porã e Som dos Pássaros, Viamão – Jataity do Canta Galo, São Leopoldo-Kaingang e Porto Alegre – Kaingang do Morro do Osso, Lomba do Pinheiro, Lami e, ainda, centenas de pessoas de entidades e movimentos sociais, sindicais, populares e da Frente Quilombola do Rio Grande do Sul.

A mobilização foi um expressivo ato político, místico, religioso e simbólico no centro  histórico da capital do Rio Grande do Sul.

Os indígenas Kaingang, Xokleng, Mbya Guarani, quilombolas e militantes sociais e populares protestaram contra a suspensão, pelo Supremo Tribunal Federal, do julgamento de repercussão geral, que seria retomado na data de 23 de junho, através do qual se decidiria entre os direitos originários dos povos e a tese genocida do Marco Temporal. No ato também se exigiu a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o fim da violência e pela responsabilização dos assassinos e mandantes de crimes contra indígenas, quilombolas e outros defensoras e defensores de direitos humanos. Os indígenas, sensibilizados, prestaram homenagens a Bruno e Dom, cruelmente assassinados no Vale do Javari, Amazonas.

O ato foi profundo, onde jovens, crianças, mulheres e homens expuseram suas inquietações diante de contextos político e jurídico extremamentes adversos. Expressaram – com seus cantos, danças e rezas – muita força e demonstração de uma resistência incansável. Emocionaram a todas e todos e espalharam esperanças com palavras de coragem, determinação e confiança nas lutas pela terra e na defesa da vida.

Os povos originários e as comunidades tradicionais são aqueles e aquelas, que, mesmo diante do descaso, da violência e da omissão estatal, nos ensinam a lutar, resistir e seguir construindo caminhos em direção ao bem viver.

Seguimos esperançados e esperançando.

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