Mata-se por racismo,
pelas milícias, jagunços e narcotraficantes.
Mata-se pela fome, desemprego, pelo esgoto a céu aberto, pela falta de água, de médicos e de remédios.
Mata-se pela ignorância e ausência de educação, cultura, lazer e ambiente de paz.
Mata-se pela homofobia, machismo, misoginia, ódio, rancor e ganância.
Mata-se pelas chuvas, enxurradas, deslizamentos, dejetos e barragens rompidas.
Mata-se pelos desmatamentos, garimpagem, contaminação dos biomas, pelo clima que se revolta através das secas e enchentes.
Mata-se pela polícia e política, pelo extremismo, fascismo e ignorância.
Mata-se por dinheiro, ganância, lucro e pelo desejo de roubar e explorar as terras dos povos originários.
Mata-se pelo prazer de ver morrer, num ambiente de machos escrotos e fêmeas egoístas.
Simplesmente mata-se nesse país e pouco sobra para que se construa um outro mundo possível.
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Roberto Antônio Liebgott é Missionário do Conselho Indigenista Missionário/CIMI. Formado em Filosofia e Direito.
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