O congolês Moise Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi espancado na última segunda-feira (24), até a morte com pedaços de pau por um grupo de cinco homens na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.
Renato Souza, repórter de polícia do R7, afirma que o rapaz teve os pés e mãos amarrados. Até agora, ninguém foi preso. Moise veio ao Brasil com a família em 2014, para fugir da fome e da guerra no Congo.
Quiosque Tropicália
De acordo com familiares e testemunhas, Moise trabalhava no quiosque Tropicália, localizado na altura do posto 8, como ajudante de cozinha. Ao fim do expediente, por volta das 21h, ele foi cobrar ao gerente o pagamento de duas diárias atrasadas.
A comunidade congolesa no Rio de Janeiro afirmou em nota que, após a cobrança “o gerente começou a lhe agredir junto com seus amigos, 5 pessoas no total”. Imagens de câmeras instaladas no quiosque flagraram a agressão. Os homens usavam pedaços de pau e um taco de baseball.
Imagens são analisadas
A Polícia Civil afirma que as imagens estão sendo analisadas para identificar os responsáveis pelo homicídio.
“As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital. A perícia foi realizada no local e imagens de câmeras de segurança foram analisadas. Diligências estão em curso para identificar os autores”, diz a Polícia Civil.
Racismo estrutural
Na carta aberta, a comunidade congolesa cobrou justiça para Moise e punição para os responsáveis pelo quiosque. “Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileira, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar”, diz o texto.
O UOL informa que não conseguiu contato com o quiosque Tropicália. A página do estabelecimento no Facebook foi excluída, enquanto o perfil no Instagram foi fechado.