Trabalhadores da CGTELETROSUL iniciaram greve contra o corte de direitos

 

Foto: Wanderlei Lenartowicz – Sindinorte

Por Sérgio Homrich.

Movimento iniciou na manhã da quinta-feira, 27 de janeiro, em todas as unidades da empresa nos quatro estados

Os trabalhadores da Eletrosul nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul entraram em greve em todas as áreas da empresa, contra o corte de direitos e benefícios imposto sistematicamente pela direção do Sistema Eletrobrás, desde que se iniciou o processo de tentativa de privatização. A paralisação segue decisão tomada pela categoria em nível nacional. O dirigente do Sindinorte (Sindicato dos Eletricitários do Norte de SC), Wanderley Lenartowicz cita a redução de valores de diárias, alterações dos planos de saúde e uma série de outros benefícios que estão sendo retirados ou modificados pela empresa, muitos deles de maneira unilateral. “Objetivo claro é tornar atrativa a venda da empresa e apressar a privatização de todo o sistema”, explica. O dirigente informa que os serviços essenciais estão sendo mantidos: “temos um comando de greve, as intervenções de urgência estão sendo comunicadas e a gente vem liberando a execução desses trabalhos”.

Em função dos cortes de direitos, os trabalhadores de várias empresas do Sistema Eletrobrás, como a Eletronuclear, a holding Eletrobrás, no Rio de Janeiro, e o Cepel (Centro de Pesquisas Energéticas) entraram em greve já no dia 17 de janeiro, se alastrando para algumas empresas no dia 24, com uma parte de Furnas, no Sudeste, e amanhã (28) entrará em greve a Chesf, no Nordeste, culminando com uma greve geral da categoria. Em relação à Eletrosul, Wanderley lembra que uma das questões que mais afligem os trabalhadores “é a mudança do plano de saúde, que passou a ter uma mensalidade muito elevada, dificultando a adesão dos trabalhadores no seu custeio”. E ainda a redução no valor das diárias de viagens e o aumento da distância mínima para reembolso de despesas com alimentação, “obrigando os trabalhadores a se deslocarem até 80 quilômetros de suas casas e terem que pagar a alimentação do próprio bolso”.

Nessa semana, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) lançou uma nota denunciando o assédio moral na empresa. É preciso estar atento e forte!, diz a nota do Coletivo. “Querem obrigar os trabalhadores a atropelarem as rotinas normais de trabalho para apressar a execução do balanço anual, que tradicionalmente tem que ser apresentado em abril pelas empresas de economia mista”, explica Wanderley. “Estão passando por cima de ritos necessários para a execução desse trabalho, com a intenção de justificar a venda da empresa perante uma investigação que está sendo feita pelo Tribunal de Contas da União, fruto de denúncias dos Sindicatos”. As questões principais, segundo ele, se dão no campo institucional, na contratação de consultorias para valoração dos ativos da Companhia, visando apressar o processo de privatização, e que estão sub judice. A nota do CNE é um recado para que os trabalhadores não se submetam a essa pressão e assédio e não descumpram as normas legais vigentes. Afinal, reforça Wanderley, além da demissão em massa dos trabalhadores, privatização significa a precarização da prestação de serviços para baratear os custos e aumentar os lucros da empresa, implicando em aumento do custo da energia elétrica para a população de modo geral”.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.