O presidente peruano Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, durante evento da Cúpula Municipal do Bicentenário 2021, nesta sexta-feira (26/11), denunciou a tentativa de desestabilização e golpe de Estado no país, depois que um grupo de parlamentares da oposição formalizou um pedido de impeachment contra seu governo.
“Hoje esses mesmos grupos que querem negar a participação de um governo, e durante anos se dedicaram apenas a minar a institucionalidade, pretendem desestabilizar o país”, afirmou o mandatário.
A iniciativa do pedido de destituição foi promovida pela deputada Patricia Chirinos, do partido de direita Avança País, e tem o apoio de 28 parlamentares das siglas Renovação Popular e Força Popular. Esta última agremiação, por sua vez, é liderada por Keiko Fujimori, filha do ditador e ex-presidente Alberto Fujimori, e oponente de Castillo na disputa do segundo turno da última eleição.
O documento, protocolado no Congresso na quinta-feira (25/11), fala em uma suposta “incapacidade moral” de Castillo em exercer o cargo, e cita que “a incapacidade moral é a falta de qualidades morais essenciais para o exercício do cargo, nada tem a ver com governo e assuntos de Estado, que não são secretos, mas públicos”.
Para Castillo, “eles não toleram que um professor rural, um fazendeiro, chegue à presidência”.
A vice-presidente do país, Dina Boluarte, do Peru Livre, descreveu a moção de impeachment como “um golpe de Estado” promovido pela direita. E apontou o ex-candidato Rafael López Aliaga como um dos financiadores desta campanha. “Este é um golpe contra um governo democrático eleito pelo povo peruano”, destacou a vice, dizendo estar convencida de que os votos para o impeachment não serão alcançados.
A aprovação da destituição exige os votos de dois terços do total de parlamentares, ou seja, 87 de 130. O Congresso peruano discutirá a admissão da moção no dia 7 de dezembro e, em caso de aprovação, segue para debate na casa legislativa.
(*) Com teleSur e Telám.
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