O Festival Funarte Acessibilidança apresenta o espetáculo Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo e pesquisador Edu O., nesta quarta-feira, 1º de setembro, às 20h. A performance foi criada pelo primeiro professor cadeirante de uma faculdade de Dança do Brasil, o Edu. “A obra é uma proposta artística que versa sobre os padrões corporais e morais impostos às individualidades e particularidades de cada um. Suas reflexões são menos sobre o desejo de ser igual a uma outra pessoa — no caso, a atriz Marilyn Monroe —, mas, sobretudo, acerca do que ela representa no imaginário coletivo, sobre o que se projeta de expectativas para o outro”, aponta o dançarino.
Ah, se eu fosse Marilyn!, da Bahia (BA), faz parte dos 25 projetos que estão sendo apresentados, gratuitamente, pelo Festival, de junho a outubro deste ano.A montagem é inspirada no texto Dias Felizes, de Samuel Beckett, e será exibida em vídeo com audiodescrição e Libras, no canal da Funarte no YouTube. Todas as montagens já lançadas ficam disponíveis em: bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca.
“Um festival como o Acessibilidança apresenta-se como um importante mapeamento da criação em dança de artista com deficiência no País. Demonstrando a importância e necessidade de investimentos na formação e produção desses artistas, além de chamar atenção para a acessibilidade cultural. Espero que também estejamos em outros festivais, editais e espaços não exclusivos, unicamente, ao discurso da deficiência”, ressalta o intérprete-criador.
Ah, se eu fosse Marilyn! é concebido a partir da construção e desconstrução de imagens corporais do cotidiano. Enterrado até a cintura com areia (da praia) ou roupas e objetos (do quarto), a performance reflete sobre a passagem do tempo que nos consome e nos transforma.“Quando lembramos dos nossos sonhos antigos e nos damos conta do que nos tornamos, podemos nos questionar: Onde chegamos? O que é dar certo? O que é o sucesso? Sou o que desejei para mim? Que rastros fui deixando pelo caminho? Quem tem direito ao seu próprio desejo ou a ser quem se é? Como podemos pensar essas questões no contexto das pessoas com deficiência?”, questiona.
A performance foi realizada entre dezembro e janeiro (2020/2021) e traz imagens feitas no quarto do artista e, também, na praia, onde originalmente o trabalho foi criado, concebendo um ambiente entre realidade e sonho. No vídeo, a audiodescrição é parte integrante da obra, tecendo o fio condutor da narrativa; e a interpretação em Libras também é compreendida dentro da sua estética. O próprio dançarino é o intérprete e utiliza os sinais para seus movimentos coreográficos.
Sobre o coreógrafo Edu O.
Edu O. é artista da dança, performance, teatro, escritor e professor da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Dança com especialização em Arteterapia e doutorando em Difusão do Conhecimento, na Universidade Católica do Salvador (UCSal). Diretor do Grupo X de Improvisação em Dança e cofundador do Coletivo Carrinho de Mão. Entre seus trabalhos artísticos, destacam-se: Judite quer chorar, mas não consegue!; Odete, traga meus mortos; Ah se eu fosse Marilyn; O Corpo Perturbador; Bonito; Striptease-bicho, e Kilezuuummmm. Com experiência internacional, é artista e produtor do intercâmbio Brasil-França Euphorico, parceria entre o Grupo X e Cie Artmacadam, no ano de 2004. Atuou junto à companhia inglesa Candoco Dance Company, Cie Kastor Agile (França) e o coreógrafo Alito Alessi (EUA).
O Festival Funarte Acessibilidança
O Festival Funarte Acessibilidança, em estreia na instituição, foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte.
Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.
O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a importância de se levar essa linguagem artística à população, durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil, plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.
O festival foi lançado no dia 16 de junho, com Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a agenda das companhias da Região Norte. A segunda fase teve montagens premiadas da Região Sul. Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu início à programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (Santa Catarina), foi disponibilizado. Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da região.
A terceira fase divulga os trabalhos da Região Nordeste. A estreia foi com Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea, do Rio Grande do Norte. Depois, foi a vez da montagem Ensaio sobre o Silêncio, de Pernambuco; de Maré – Versão virtual e acessível, do Rio Grande do Norte;de Rio sem Margem, da Bahia, e de Plenitude, do Piauí. A programação segue agora com a montagem Ah, se eu fosse Marilyn!, da Bahia; e, na semana que vem, será exibida Proibindo Elefantes, do Rio Grande do Norte, encerrando a etapa Nordeste do evento.
Os projetos contemplados nas demais regiões do País serão exibidos em seguida, até outubro, por meio do canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca). No decorrer das apresentações, o coordenador de Dança da Fundação, Fabiano Carneiro, participará de uma “live” com diretores e artistas de dança, além de convidados.
Festival Funarte Acessibilidança
Acesso gratuito, no canal: bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca
Com audiodescrição e Libras
Montagem Ah, se eu fosse Marilyn!, do diretor e coreógrafo Edu O. (Bahia)
Dia 1º de setembro, quarta-feira, às 20h
Ficha técnica:
Criação, performance, vídeo e tradução em Libras: Edu O. / Direção de arte, figurino, imagens do vídeo e fotografia: Nei Lima / Gestão e produção: Mazurca Produções / Roteiro de audiodescrição: Juniro Almeida / Locução de audiodescrição: Estela Lapponi/ Consultoria de audiodescrição: Iracema Vilaronga/ Finalização do vídeo: João Rafael Neto/ Gestão e produção: Mazurca Produções
Encerramento da Etapa Nordeste
Dia 8 de setembro, quarta-feira, às 20h
Espetáculo Proibido Elefantes, da Companhia Giradança (Rio Grande do Norte)
Agenda dos contemplados das demais regiões
Região Centro-Oeste – Dia 15 de setembro
Região Sudeste – Dia 13 de outubro
Região Norte (espetáculos já disponíveis): Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e Solatium, do Corpo de Dança do Amazonas (AM)
Região Sul (espetáculos já disponíveis): Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR)
Região Nordeste (espetáculos já disponíveis): Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN);Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (PE);Maré – Versão virtual e acessível (RN); Rio sem Margem (BA), do bailarino Elísio Pitta, e Plenitude, da Cia. Dança Eficiente (PI)
Os vídeos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube após a exibição
Realização
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Outras ações e editais da Funarte: www.funarte.gov.br