Por Larissa Bohrer .
Para reunir os mais de 120 pedidos de afastamento de Jair Bolsonaro da Presidência da República protocolados na Câmara dos Deputados, uma ampla articulação produziu o superpedido de impeachment, com todos os crimes cometidos por Bolsonaro desde que tomou posse em 2019.
Raimundo Bonfim, da coordenação da Central dos Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, duas das entidades que assinam o documento, comenta que o peso político desse pedido é maior, pois contém a pressão da sociedade já vista nos dois grandes atos pelo impeachment do presidente, nos dias 29 de maio, o #29M, e 19 de junho, o #19J.
Dia 30 de Junho, Brasília DF vai ser ocupada por Movimentos Sociais e pelos povos indígenas! ??? #PL490não A luta é uma só! Bora divulgar!! #ForaBolsonaro pic.twitter.com/NvJi8OjDVr
— forabolsonaronacional (@forabolsonarona) June 28, 2021
O coordenador da Central dos Movimentos Populares comenta que uma agenda de luta está sendo organizada entre a data da entrega do superpedido de impeachment que reúne mais de 700 entidades de todas as bandeiras políticas até o terceiro grande ato Fora Bolsonaro, que foi antecipado e será realizado no dia 3 de julho, o #3J. “Na próxima mobilização nós queremos fazer um processo envolvendo mais os trabalhadores e as trabalhadoras, envolvendo mais a periferia, ampliando o aspecto político pelo Fora Bolsonaro”, acrescenta Bonfim.
Expectativa de acolhimento
O protocolo do pedido será acompanhado de um ato com participação das lideranças políticas e sociais e aberto à participação popular, em Brasília, na quarta-feira, 30 de junho, às duas da tarde. Para Tânia Maria de Oliveira, integrante da Coordenação Executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a expectativa é que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aceite e acate o documento, pois não existe mais espaço para omissões.
“A expectativa é que o presidente da Câmara dos Deputados acolha o pedido de impeachment. Não tem mais espaço para ficar fingindo que as coisas não estão acontecendo. Que os crimes cometidos pelo presidente da República não estão sendo cometidos todos os dias, de forma reiterada e repetida. Noticiados no mundo inteiro, inclusive. Inúmeros crimes de responsabilidade. Não é possível que ele (Arthur Lira, presidente da Câmara) vá fingir que não está vendo ad aeternum.”
Tem significado
Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos, avalia que os desdobramentos da CPI da Covid demonstram a irresponsabilidade do governo Bolsonaro e a gravidade da situação. “O superpedido de impeachment, esse que vai reunir, condensar, sintetizar a quase centena e meia de pedidos, tem significado, né? De ser uma demanda, uma exigência da ampla maioria da sociedade, da diversidade da sociedade brasileira, unificada num só propósito, que é a derrubada do governo Bolsonaro. Um basta na política genocida deste governo, o quanto ele tem responsabilidade, agora mais uma vez demonstrada na CPI. Não faltam indícios, provas, da responsabilidade do governo em relação a essa tragédia que o povo brasileiro tá sofrendo. Milhões de mortes, milhares de famintos. Esse é um Brasil que a gente precisa superar.”