Por Murilo Pajolla.
Preso no Reino Unido, o fundador do Wikileaks Julian Assange recebeu a primeira visita, em oito meses, da companheira, Stella Morris, e dos dois filhos.
Embora tenha tido o pedido de extradição aos Estados Unidos negado pela justiça britânica em janeiro, o ativista segue detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, sul de Londres.
Após a visita, Stella Morris declarou ao tabloide local Evening Standard que a situação é intolerável e denunciou o recrudescimento da perseguição sofrida pelo ativista. “Eles estão o empurrando para o desespero e a depressão profunda. Ele está feliz por ver os filhos, mas está sofrendo”.
A restrição de visitas é mais uma das violações aos direitos humanos sofridas por Assange, acusado pelo governo estadunidense de desrespeitar leis de espionagem. Os documentos secretos divulgados pelo Wikileaks expunham violações cometidas por militares nas guerras do Afeganistão e do Iraque.
A visita ocorre no aniversário de nove anos da fuga de Assange à embaixada do Equador em Londres, onde ficou por sete anos, até ser preso, em 2019, após o presidente do equatoriano Lenín Moreno revogar seu asilo político, favorecendo o governo dos EUA.
A companheira de Assange, que o conheceu quando entrou para a equipe de defesa jurídica do jornalista, tem esperanças que o governo de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, retire as acusações, em respeito à primeira emenda constitucional do país, que proíbe restrições, em qualquer ocasião, à liberdade de expressão.
“Ele deveria estar em casa com a família. E vocês sabem, os carcereiros sabem, os prisioneiros sabem, todo mundo diz a ele: ‘você não deveria estar aqui'”, afirmou Stella Morris.
Edição: Rodrigo Durão Coelho