Os preços da gasolina e do óleo diesel ficam mais caros a partir de hoje (9) para as distribuidoras que forem comprar os combustíveis nas refinarias da Petrobras. É o sexto aumento da gasolina em pouco mais de dois meses, com acúmulo de 54,3% só em 2021. O diesel foi aumentado cinco vezes desde janeiro e acumula neste ano 41,5% de inflação.
A gasolina ficou 8,8% mais cara, ou seja, o preço do litro subiu R$ 0,23 e passou a custar R$ 2,84. Já o preço do litro do óleo diesel subiu 5,5%, ou R$ 0,15, e passou a custar R$ 2,86, de acordo com informações divulgadas nessa segunda-feira (8) pela Petrobras.
A estatal lembra que o preço da gasolina e do diesel vendidos nos postos para o consumidor final é diferente daquele cobrado nas refinarias. O preço final inclui tributos, custos para aquisição, mistura obrigatória de biocombustíveis e margem de lucro das distribuidoras e dos postos de combustível.
Com isso, encontra-se em São Paulo o litro da gasolina comum por R$ 5,19 e o do diesel por R$ 4,29.
Os valores cobrados nas refinarias dependem dos preços e oferta no mercado internacional e da taxa de câmbio, devido à mudança na política de preços, desde o golpe de 2016.
Conforme diz Haroldo Lima, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ao assumirem o governo com Michel Temer, os golpistas indicaram para a presidência da Petrobras Pedro Parente, que toma posse na presidência da empresa e, em 14 de outubro, com grande estardalhaço, implanta o que chama de “nova política de preços da Petrobras”, a intitulada “Paridade de Preços Internacionais”, a PPI.
“Esse ‘novo’ conceito, na prática, adota uma política de preços de curto prazo, submetida às especulações financeiras sobre o preço do petróleo e do dólar no mercado internacional, fazendo repercutir, de forma automática, em toda a economia nacional, a volatilidade e incertezas do mercado global. A sociedade brasileira é penalizada para maximizar dividendos no curto prazo aos acionistas minoritários”, explicou ele.
Leia a análise de Haroldo Lima, e entenda porque os preços da gasolina e diesel não param de aumentar desde o impeachment de Dilma:
Não basta tirar o presidente da Petrobras, é preciso mudar a política de preços