O pacto entre traficantes e milicianos evangélicos proibindo religiões afro-brasileiras no Rio

Em vídeo, o professor de História Contemporânea, Francisco Teixeira, explica o novo poder das milícias

Milicianos que dominam o Quitungo. | Foto: Reprodução

O poder da milícia, que se uniu ao tráfico no “Complexo de Israel”, conglomerado de comunidades da zona norte do Rio de Janeiro, é abordado pelo professor de História Contemporânea, Francisco Teixeira, em entrevista ao programa Planeta Azul. Os grupos criminosos se auto intitulam evangélicos e agora proíbem a prática de religiões afro-brasileiras em seus domínios.

Um inquérito da Polícia Civil do Rio, obtido pelo Globo nos primeiros dias de 2021, revelou o tal pacto fechado entre traficantes e milicianos do Quitungo, em Brás de Pina, para integrar a quadrilha e a comunidade ao “Complexo de Israel”, que já abrangia Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta.

O acordo, que prevê a união das quadrilhas em invasões a favelas dominadas pela maior facção do tráfico do Rio, rival de ambas, também foi posto sobre novas regras pelos evangélicos, que proíbem a prática de religiões afro-brasileiras, com medidas que vão desde a expulsão de pais e mães de santo das comunidades, até a proibição de que moradores usem roupas brancas, cor usualmente vestida por praticantes do candomblé.

Ainda, no “Complexo de Israel”, os traficantes usam símbolos do Estado de Israel, como a bandeira do país e até a Estrela de Davi, para demarcar o seu domínio. Uma teoria prevalente em algumas correntes evangélicas, particularmente as neopentecostais, prega que a criação do Estado de Israel foi o prenúncio da volta de Jesus Cristo.

Entenda o novo poder, a milícia:

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