Ataque atribuído ao Boko Haram deixa ao menos 110 mortos no nordeste da Nigéria

Foto: AUDU MARTE/ Getty Images

Texto de RFI.

Ao menos 110 civis foram assassinados no sábado (28) em um ataque nos campos de arroz da localidade de Koshobe, na região nordeste da Nigéria,  de acordo com um balanço divulgado neste domingo (29) pela Organização das Nações Unidas (ONU).

“Homens armados chegaram em motocicletas e executaram um ataque brutal contra homens e mulheres que trabalhavam nos campos de Koshobe. (…) Ao menos 110 civis morreram cruelmente e muitos outros ficaram feridos”, afirmou o coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Edward Kallon.

O comunicado da ONU não menciona o grupo jihadista Boko Haram, que executa atentados violentos nesta região da Nigéria há mais de uma década e controla uma parte do território.

“Obra do Boko Haram”

No sábado, agentes de uma milícia de autodefesa pró-governo divulgaram um primeiro balanço de 43 trabalhadores agrícolas mortos.

“É, sem dúvida, obra do Boko Haram, que atua na região e ataca com frequência os agricultores”, disse no sábado Babakura Kolo, líder da milícia. Segundo ele, os terroristas amordaçaram e degolaram as vítimas que trabalhavam nos campos de arroz próximos de Maiduguri, capital do estado de Borno.

As 43 vítimas foram enterradas neste domingo na localidade vizinha de Zabarmari, na presença do governador de Borno, Babaganan Umara Zulum. A busca por outras vítimas prossegue em uma área pantanosa e de acesso difícil.

Entre as pessoas assassinadas estavam dezenas de trabalhadores agrícolas do estado de Sokoto, 1.000 km ao oeste, que viajaram ao nordeste do país para encontrar trabalho nos campos de arroz.

Assassinatos sem sentido

A presidência da Nigéria condenou, em um comunicado divulgado no sábado à noite, “o assassinato por terroristas de agricultores dedicados a seu trabalho”. “O país inteiro está ferido por estes assassinatos sem sentido”, afirma a nota.

O ataque aconteceu no dia das eleições locais no estado de Borno, as primeiras organizadas no estado desde o início da insurreição do Boko Haram, em 2009.

Mais de 36.000 pessoas morreram em atos de violência desde o início do conflito no nordeste da Nigéria, onde mais de dois milhões de pessoas fugiram de suas casas. Há meses as autoridades tentam encorajar os cidadãos a voltarem a suas cidades, já que o governo afirma não ter mais condições de mantê-los em acampamentos protegidos pelo exército.

(Com informações da AFP)

 

 

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