O prêmio Nobel da Paz de 2020 foi concedido ao Programa Mundial de Alimentos da ONU, que combate a fome no mundo nesta sexta-feira (9). O prêmio ganha significado especial pelo fato da organização ser atacada sistematicamente por Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Segundo o correspondente Jamil Chade, “a escolha por uma agência das Nações Unidas” está sendo interpretada pelos analistas internacionais “como uma resposta de Oslo [sede do Nobel, capital da Noruega] ao surgimento considerado como perigoso de um nacionalismo explícito em diferentes partes do mundo, do populismo e uma mensagem de apoio aos esforços de coordenação diante de desafios globais. O prêmio é ainda um recado a líderes internacionais sobre a necessidade de que haja cooperação internacional e solidariedade para vencer a pior pandemia a atingir o planeta em décadas”.
O vencedor é escolhido por um comitê eleito pelo parlamento da Noruega.
Outras 134 pessoas ou instituições já receberam esse prêmio no passado. Em 2019, o vencedor foi Abiy Ahmed, o primeiro-ministro da Etiópia. No ano anterior, Denis Mukwege, um congolês, e Nadia Murad, uma iraquiana ganharam o Nobel da Paz (os dois são militantes que combatem o fim da violência sexual em guerras e conflitos armados).
Juan Manuel Santos, o ex-presidente da Colômbia, foi o último latino-americano que levou o prêmio.
Houve outros anos em que o vencedor foram instituições: em 2012, foi a União Europeia; no ano seguinte, a Organização para Proibir Armas Químicas e em 2017, a Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares.