Toda vez que o sistema afirma que não posso falar, eu grito!

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    Mobilização no 8 de março de 2019, entre Brasil e Argentina. Foto: Arquivo Jornal Comunitário.
    Bom dia leitoras e leitores, iniciamos a sexta-feira com uma reflexão da nossa companheira Cláudia Baumgardt. Venha junto!

     
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    Das chamas que ardem no meu peito, fruto das dores que marcam minha alma, deixadas pelas chagas das muitas Joanas, Marias, Dandaras e Fabiulas, que este sistema assassinou!
     
    Estas chagas forjam a minha estrada, e mostraram-me que até as trevas são determinadas por quem mata, explora, estupra e oprime.
     
    Mas me mostram que então será nas trevas, será no chão da vida, da vida das esquecidas, das encantadas que brotará a transformação.
     
    É da força das bruxas queimadas, das parteiras assassinadas, das curandeiras negadas, que reafirmo que as determinações patriarcais capitalistas não me definirão.
     
    É da garra eternizada pelas mães que perderam seus filhos e filhas (na luta) para as ditaduras, que reafirmo que o sistema capitalista, este sistema que matou e segue matando não me serve!
     
    É das raízes que crescem das sementes semeadas pelas mãos calejadas, regadas com sangue da classe trabalhadora que me reafirmo nesta luta contra a classe burguesa, contra a exploração contra o genocídio dos povos.
     
    Toda vez que o sistema afirma:
     
    Que não posso falar, eu grito!
    Que não posso juntar o povo, proclamo para que ocupem as ruas!
    Que não posso amar, eu amo, e amo com toda força revolucionária!
    Que não posso sonhar, eu semeio esperança, sonhos de rebeldia!
     
    Sou feminista classista, marxista, socialista e isso não me permite ser submissa, não me permite aceitar a opressão, o genocídio dos povos, a dor de uma irmã ou um irmão.
     
    Sou feminista classista, marxista, socialista e isso me faz terra, e não permite aceitar envenenar a mim mesma, envenenar a mãe terra!
     
    Sou Feminista classista, marxista, socialista e por isso carrego nos meus gritos as dores das mulheres que trabalham, que são mal pagas, são maltratadas. Aquelas que o sistema nem reconhece.
     
    Mas é por ser esta Feminista classista, marxista, socialista que não aceito, não nos basta só viver, sobreviver, se adaptar, nós queremos é romper com este sistema que historicamente nos mata e nos determina.
     
    Sou feminista Classista, e isso me faz ser muitas, me faz ser vida, vida em movimento, vida em transformação!
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