Florianópolis é praticamente uma cidade numa Ilha, com uma série de condicionantes ambientais, limites territoriais urbanos demarcados por 13 unidades de conservação, sendo 9 municipais e várias áreas de preservação permanente em margem de rios, lagoas, topos de morro, etc. Esta condição faz desta cidade um espaço que exige uma governança alinhada com a preservação ambiental ao mesmo tempo que vislumbra o crescimento urbano e o desenvolvimento social. Nós ativistas ambientais, temos verificado no entanto que esta última gestão descuidou-se com a qualidade de vida na cidade, tratando o território como um espaço ilimitado para a ação da especulação imobiliária, fato desconexo com as condições infraestruturais necessárias.
Recursos disponíveis não estão atendendo as demandas deste crescimento incentivado por essa e outras gestões na prefeitura. Fato inconteste é a crise hídrica que se avizinha, por soma da seca de mais de um ano na região sul do Brasil, que afeta Florianópolis associada ao uso desmedido dos recursos hídricos, e por consequência um de seus maiores aquíferos de abastecimento, a Lagoa do Peri encontra-se prestes a uma situação de colapso. Casos também como a falta de saneamento tem comprometido a Lagoa da Conceição, Rio Papaquara e outros que também nos levam a crer que o meio ambiente da cidade não aguentará mais uma gestão alinhada aos desejos de crescimento de um sistema que explora a terra e recursos, obtém seus lucros e depois se retira para explorar outros lugares, deixando para a população local o ônus das demandas geradas. Fica a cidade padecendo de problemas de cidades grandes como Rio de Janeiro e São Paulo, sendo uma cidade de porte médio.
Neste sentido, nós ativistas Ambientais de Florianópolis, estamos preocupados com a escalada nacional, estadual e municipal de desmonte das políticas públicas ambientais que se tornam realidade por aqui quando o órgão que deve cuidar das unidades de conservação está sucateado, desestruturado e possui apenas 2 fiscais para cuidar das nove unidades de conservação municipal. Não é possível que as oligarquias locais continuem vivendo de maquiar a paisagem e tratando a questão ambiental como produto midiático, vendendo a cidade como a capital da qualidade de vida. Para quem??
Desta forma, nosso apelo para que a Frente de Esquerda em debate no município, reúna esforços para fazer a disputa forte, para a vitória, visando propiciar outra gestão para esta cidade, economicamente, socialmente e ambientalmente sustentável. E a PRÉ CANDIDATURA LINO PERES na majoritária a partir de sua luta de mais de 35 anos, onde tem combatido em várias frentes especialmente nas questões ambientais, enfrentando longos anos de um debate sobre o Plano Diretor Municipal, a Ponta do Coral, o direito à habitação, os projetos de saneamento, a proteção e criação de unidades de conservação, etc, tem plenas condições de enfrentar estas oligarquias. O lastro de trabalho de Lino Periferias questões ambientais da cidade, o cacifam para este enfrentamento.
Declaramos nosso apoio às pré – candidaturas do Professor Elson Pereira para prefeito, e do Vereador Lino Peres para vice à Prefeitura de Florianópolis.
Defendemos assim a unidade dos partidos de esquerda “Floripa pra Frente”, que nos traz esperança de que é possível vencer as oligarquias que estão há mais de 20 anos controlando esta cidade. A partir de uma chapa forte com os nomes de “Elson Pereira” e “Lino Peres” teremos plenas condições de vencer este pleito eleitoral e colocar em prática a política de transição ecológica para as mudanças fundamentais que as cidadãs e os cidadãos de nossa cidade necessitam.
Florianópolis, 21 de agosto de 2020.
Assinam essa carta:
1- Zoraia Vargas Guimarães Arquiteta Urbanista, Mestre em Eng. Ambiental
2 – Matheus Feldstein Haddad, Biólogo
3- Cesar Pompeo, professor universitário na área ambiental, aposentado.
4- José Salatiel Rodrigues Pires Professor de Ecologia e Conservação
Depto Ecologia e Zoologia da UFSC
5- Elisa Jorge, Arquiteta e Urbanista, militante do Mov da Ponta do Coral.
6- Paulo Horta, Biológo e professor universitário pela UFSC da área ambiental
7- Flora Neves, guia de turismo e jornalista ambiental
8- Rui Avila Wolff , Dr. em Geografia e produtor de ostras.