Leitores e leitoras do Portal Desacato e audiência do JTT Agora, bom dia.
Joseph McCarthy, foi durante 10 anos, de 1947 a 1957, senador republicano por Wisconsin. Por causa da sua ação em contra de supostos adversários comunistas, milhares de pessoas foram presas, tiveram seus direitos democráticos suprimidos e suas reputações manchadas para sempre. Nessa época inicial da Guerra Fria o grande inimigo interno dos Estados Unidos eram os fantasmas comunistas: líderes sindicais, professores, estudantes, militares, artistas e toda pessoa que padecesse o infortúnio de aparecer nos dossiês do fascista McCarthy. O que ninguém poderia adivinhar nessa época é que o “macarthismo” ressuscitaria em outro país, o Brasil.
Como é de público conhecimento, o autor do milagre foi o deputado paulista, Douglas Garcia, do PTB. Aquele que elaborou um dossiê para incriminar um milhar de pessoas, dentre elas estudantes, lideranças comunitárias e jornalistas. Dentre os e as jornalistas figuram 3 cooperadas do Portal Desacato: a presidenta da nossa cooperativa, a vice-presidenta e a nossa diretora de arte.
Quando a lista Douglas Garcia foi publicada nas redes sociais, acusando de terroristas às pessoas que se opõem ao fascismo, ou seja, as pessoas que defendem práticas democráticas, as vítimas foram atingidas pelo medo, a infâmia e o terror. Com suas imagens expostas nas redes, em alguns casos com a identificação dos locais de trabalho e os telefones pessoais, as pessoas foram ameaçadas, insultadas e até correram risco de perder seus empregos. Essa lista de Garcia foi entregue, segundo informações que se tornaram públicas, às autoridades estadunidenses.
A advogada, Maria Laura Milhomens Lopes, que faz a defesa de Douglas Garcia, que também responde por disparos massivos de mentiras através de aplicativos, disse ao juiz Guilherme Ferreira da Cruz, que não foi Garcia quem entregou a lista de pessoas aos Estados Unidos. Segundo Maria Laura, quem teria entregado a versão às autoridades norte-americanas é o deputado Eduardo Bolsonaro.
O caso voltou então às capas dos jornais e as vítimas de Garcia aumentaram sua preocupação com relação à lista macarthista, pois “se trataria agora de um caso grave de espionagem internacional e de traição, que tem efeitos graves sobre a democracia e pode servir como denúncia de uma rede de espionagem no restante dos países da América Latina”, segundo observam entidades especializadas em direitos humanos.
A Embaixada dos Estados Unidos afirmou ao colunista da UOL, Rogério Gentile, na segunda-feira desta semana, não ter registro da entrada desse dossiê, que segundo Douglas Garcia, teria o intuito de avisar às autoridades estadunidenses “para que eles tenham ciência do tipo de gente que tenta entrar lá”.
Esse é o cenário do Brasil atual, alienado pela mentira, ameaçado pelo fascismo, atingido pelo maior desastre sanitário da história e governado por gente alucinada, perigosa e que pouco se importa pelos interesses do país e dos seus habitantes.
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