247 – Como “punição por sair mais cedo do trabalho”, uma funcionária foi obrigada a caminhar com pulsos e braços amarrados na frente dos colegas de produção e foi chamada de ‘negra fujona’ na empresa Autoliv, do setor automobilístico de Taubaté (SP).
“Passei por vários casos de preconceitos, discriminação e assédios. Mas o que mais doeu, o que foi pior foi ser amarrada na linha para que meus colegas de trabalho pudessem ver que eu estava sendo punida por algo que não havia cometido”, relata a mulher.
A Justiça do Trabalho condenou na última terça-feira (12) a Autoliv a indenizar a mulher em R$ 180 mil. Segundo a relatora do caso, Luciane Storel, “ficaram comprovados dois episódios gravíssimos” e “inadmissíveis”. A decisão é de segunda instância, mas cabe recurso ao Tribunal Superior do Trabalho.
De acordo com o site Pragmatismo Político, a mulher, que trabalhava na Autoliv há 15 anos, deixou o posto de trabalho no horário correto, mas saiu do local sem comunicar seus superiores.
“Eles discriminam, criticam, humilham as pessoas e não veem o que pode causar na pessoa. A dor, o desconforto que pode causar naquela pessoa. Que sirva de lição não só para essa fábrica, mas qualquer outra que possa agir dessa maneira. Isso não se faz, todos nós, independente da cor, somos seres humanos”, desabafou.