Vagas na rede municipal de saúde do Rio para covid-19 estão esgotadas

Foram abertas, até agora, 346 leitos, sendo 129 de UTI

Hospital de campanha montado no RioCentro (Foto: Divulgação/Prefeitura do RJ)

As vagas criadas pela rede municipal de saúde do Rio de Janeiro para atender pacientes com covid-19 estão esgotadas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram abertas, até o momento, pela prefeitura, 346 leitos, sendo 129 de unidades de terapia intensiva (UTI). O Painel Rio Covid-19, atualizado ontem (21) às 18h, indica que há 345 pacientes da doença hospitalizados na rede municipal, 130 em UTI.

Somando toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, que inclui os hospitais de administração estadual, federal, universitários e militares, há 963 pessoas hospitalizadas com covid-19 no Rio de Janeiro, 345 delas em UTI.

Com isso, pacientes de covid-19 estão sendo transferidos para outras cidades, como Volta Redonda, no sul do estado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a decisão cabe à Central Unificada de Regulação, seguindo critérios clínicos e vagas disponíveis. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informa que transferências entre unidades “fazem parte do protocolo estabelecido para não sobrecarregar as equipes e o atendimento prestado”. Nem a secretaria municipal nem a estadual informaram o número de pacientes que precisaram ser transferidos.

Novos leitos

De acordo com a secretaria do município, no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, escolhido pela prefeitura como referência para pacientes com a doença, há 206 leitos, sendo 131 de enfermaria e 75 de UTI. Ao todo, estão programados 381 leitos no Gazolla. A secretaria informa que trabalha para abrir mais leitos nos próximos dias.

“Medidas estão sendo adotadas para antecipar a chegada dos respiradores comprados na China e reaver, por meio de ação judicial, mais 80 adquiridos de uma empresa paulista, em dezembro do ano passado, e que não foram entregues. Além disso, a prefeitura vai publicar edital esta semana para contratar 1.000 leitos da rede privada, a fim de aumentar a capacidade de assistência às pessoas que precisam de cuidados intensivos”, informa a secretaria.

A prefeitura obteve hoje (22) uma decisão liminar para que a empresa Magnamed Tecnologia Médica entregue os 80 respiradores comprados em dezembro por meio de pregão eletrônico. A decisão foi dada pela juíza Ana Beatriz Mendes Estrella. A sede da empresa fica no interior de São Paulo e o valor do contrato foi de US$ 744.149,61.

Segundo a prefeitura, a empresa argumenta que os ventiladores foram requisitados pelo governo federal, versão negada pelo Ministério da Saúde. “Um dia antes de a empresa afirmar que estava impedida de entregar os equipamentos, o órgão já havia determinado que os bens em estoque da Magnamed, destinados aos estados e municípios, fossem liberados”.

Por meio de nota, a Magnamed informou que desde o dia 19 de março a produção e os equipamentos em estoque estão direcionados ao Governo Federal, que fará a distribuição dos respiradores, por determinação do ofício número 43 do Ministério da Saúde, emitido com base na Lei 13.979 de fevereiro de 2020. As exceções são as ressalvadas no ofício número 78 do Ministério da Saúde, a respeito de vendas já formalizadas para entes públicos. Porém, a empresa destaca que “não há contrato assinado entre Magnamed e o Município do Rio de Janeiro”.

“Magnamed reitera que vem trabalhando para aumentar a sua produção em 10 vezes, com ajuda de empresas parceiras, e continua dedicada a contribuir com sua expertise para o enfrentamento de tão grave situação que atinge a todos”.

Quando chegarem, os 80 respiradores serão instalados no Ronaldo Gazolla. O restante será levado para o hospital de campanha do Riocentro, que também espera equipamentos comprados na China. Juntas, as duas unidades terão 881 leitos para pacientes de covid-19, sendo 301 de UTI.

Na rede estadual, a secretaria informa que abriu em todo o estado, nos últimos 45 dias, 548 novos leitos exclusivos para tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. “Ao todo, a secretaria vai disponibilizar na capital, região metropolitana e interior 3.414 leitos. Desses, 2 mil serão em hospitais de campanha, que vão ser inaugurados de forma gradativa no mês de maio, de acordo com a evolução da pandemia”.

O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, afirmou que os respiradores para equipar os hospitais de campanha do Leblon e do Maracanã, os dois primeiros a serem abertos, já estão garantidos.

Serão oferecidos 400 leitos de campanha no Complexo do Maracanã, sendo 80 de UTI; 200 em São Gonçalo, sendo 40 de UTI; 200 ao lado do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, todos de UTI; 200 no Parque dos Atletas, em Jacarepaguá, sendo 50 de UTI; 200 no terreno do 23º BPM, no Leblon, metade deles de UTI; 100 em Campos dos Goytacazes, sendo 20 de UTI; 100 ao lado do Hospital Regional Gélio Alves Faria, em Casimiro de Abreu, sendo 20 de UTI; e 100 em Nova Friburgo, 20 deles de UTI. Em Nova Iguaçu, estão sendo construído 500 leitos, sendo 200 em uma unidade de campanha, com 40 leitos de UTI, e outros 300 em estrutura modular, com 120 de UTI, que não será desmontada após a pandemia.

*Matéria alterada às 14h18 para acréscimo do posicionamento da Magnamed.

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