Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
O #JTT Diário recebeu ontem, quarta-feira, a Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Assistente Social, Josineide Costa, do Piauí. Ela falou sobre as ações de solidariedade, a renda emergencial aos camponeses e camponesas e trouxe denúncias sobre casos em que pessoas se usam das dificuldades de quem vive na roça e não possui acesso a internet e sinal de telefone para cobrarem quando prestam ajuda no encaminhamento do benefício. O caso citado por ela aconteceu no Espírito Santo e o valor cobrado foi de R$ 300,00.
“O Movimento dos Pequenos Agricultores está fazendo várias ações e acredito que a solidariedade e o amor ao próximo é o que nos une. Além das campanhas como o ‘mutirão contra a fome’, é importante dizer que o auxílio emergencial é resultado da luta dos movimentos sociais, sindicatos, partidos de esquerda e não de quem está na presidência do país, se fosse pelo presidente teríamos apenas R$ 200,00 reais de auxílio ou nem isso”, disse.
Josineide salientou que antes de começar a pandemia a fome já estava instalada no Brasil. “Com a pandemia essa situação piorou e é necessário que o estado cumpra o seu papel de garantir assistência para o campo e a cidade. O auxílio emergencial vêm para se somar a algumas necessidades, porém, não é suficiente, se pensarmos, a maioria das famílias são constituídas por quatro, seis pessoas, então esse auxílio não garante a sobrevivência”.
O governo contra os pobres
Outro problema destacado pela militante é que nem todas as pessoas que vivem na roça possuem acesso à internet ou sinal de telefone. Para realizar o acompanhamento do benefício, por exemplo, via aplicativo, um código é enviado para o aparelho de telefone celular via SMS. No entanto, quando não se tem sinal de telefone, os/as camponeses/as não conseguem realizar a ação. “O governo coloca uma ferramenta que não é de acesso ao povo que necessita, que é a internet e o telefone. Além disso, o Brasil não possui um sistema suficiente para comportar a demanda existente. O governo coloca três formas de acesso ao auxílio, uma é o aplicativo, outra o link do site e o número de telefone que quando a pessoa liga não é atendida e nesse último caso, seria apenas um meio para se tirar dúvidas, não é para fazer o cadastro. Nesse sentido, o MPA desde o início viu que essa situação causaria inúmeros problemas e a forma que estamos encontrando para ajudar é orientando a nossa militância para que, de forma solidária, ajudem quem está próximo”.
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