Solidariedade entre México e Palestina. O povo se levanta enquanto o governo cala

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Protestos na cidade do México contra as agressões israelenses na Faixa de Gaza, 2014. Fote: Azcapotzalco.

Por Ana Rosa Moreno Aguilar, Puebla, México, para Desacato.info.

(Português/Español).

O caso palestino é muito pouco divulgado na República Mexicana, embora sim tenha eco não  âmbito acadêmico. E não é que os mexicanos não se interessem pelo que acontece em outros países. É que a mídia e as escolas pouco nos falam sobre isso. No meu caso, tive conhecimento do que acontecia na Palestina só na universidade, basicamente no penúltimo ano e com pouca informação.

Coincidentemente quando estava fazendo a licenciatura, na minha aula de política exterior do México, tive que expor sobre as relações do meu país com os países do Oriente Médio e explicar um em especial. Devo confessar que minha primeira eleição era falar sobre  Israel. Com tristeza posso lhes dizer que meu governo mantém muito boas relações com esse país e além disso existe um tratado de livre comércio. Quando comecei a pesquisar sobre o Estado de Israel fui descobrindo as atrocidades que comete contra o povo palestino, liderado pelo governo e em conjunto com a grande maioria da população. Este trabalho foi fundamental na minha vida, primeiro porque me fez trocar de país e decidi falar em aula sobre as relações do México com a Palestina embora no final ficasse desapontada pelo realizado por meu país do ponto de vista diplomático. Segundo, porque influiu na minha inanição como ativista em defesa dos direitos humanos dos palestinos. Farei um resumo do que descobri.

Em 1947 quando se falava da partição da Palestina para criar dois estados: um para os palestinos e outro para os judeus, o México se absteve e é uma abstenção que eu considero equivocada porque contraria os nossos princípios, porque durante essa época a nossa política exterior se regia pela doutrina Estrada, que defendia o princípio da não intervenção e o direito à autodeterminação dos povos, já que como país fomos ocupados e nosso governo carecia de soberania e o que começava a acontecer na Palestina era exatamente o que tínhamos vivido durante a colônia espanhola. O caso é que o México foi um dos 10 países que se abstiveram em 29 de novembro de 1947 em relação ao Plano de Partição da Palestina elaborada por uma comissão das Nações Unidas.

Quando o Estado de Israel foi criado, o México lhe deu seu reconhecimento em janeiro de 1950 e as duas nações estabeleceram relações diplomáticas em 1 de julho de 1952. Em 1959  respectivamente ambos países celebravam a apertura de suas embaixadas.  Em abril de 1998, iniciaram as negociações comerciais entre o México e Israel com aspirações para celebrar um tratado de livre comércio, o mesmo que se assinou e passou a vigorar em 1 de julho de 2000. No ano 2008, o México compra $250 milhões de dólares em equipamento militar israelense.  Por último, existem intercâmbios acadêmicos, culturais e turísticos entre ambos países que se gabam das suas excelentes relações diplomáticas.

Por outro lado, o governo mexicano não tem tratado a Palestina da mesma forma. Primeiro, não reconheceu o Estado palestino; segundo, não existe uma representação em nível de embaixada e terceiro, se mantém neutral ou de nula participação quando se trata de opinar ou denunciar os crimes que Israel comete contra os palestinos.

Só em 1975 o México estabeleceu relações diplomáticas com a Organização para a Liberação da Palestina (OLP) e se abriu um escritório de informação na cidade do México. Em 2005, o México abriu um escritório de representação em Ramallah.  No ano 2009, o ministro de  Exteriores Riyad al-Maliki, visita pela primeira vez o nosso país. Em 2011, o México se abstém de votar para permitir o ingresso da Palestina como membro da UNESCO. Nesse mesmo ano se coloca uma estátua de Yasser Arafat ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina. Em 2013 o Congresso mexicano instalou uma seção do seu prédio para ‘México-Palestina amizade’. Em 2012, o México votou a favor da Palestina para que ela se tornasse um Estado observador nas Nações Unidas.

Mural na entrada do consulado palestino no México. “Longa vida a Zapata – Herói da Revolução Mexicana  – 1915″. ” Longa vida a Abd al Kader al Husseini –  Heróis da Revolução Palestina- 1948″. Por Burhan Karkoutly.

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Mural na entrada do consulado palestino no México. “Longa vida a Zapata – Herói da Revolução Mexicana  – 1915″. ” Longa vida a Abd al Kader al Husseini –  Heróis da Revolução Palestina- 1948″. Por Burhan Karkoutly.

Tem havido várias iniciativas para que o governo reconheça a Palestina como um Estado, mas  todas as tentativas fracassaram em parte porque a nossa política está alinhada com a política estadunidense, pela pressão dos empresários judeus e porque os senadores e deputados desconhecem o assunto.

De fato, faz um ano, se começou a falar sobre o possível reconhecimento, Nabil Shaath, comissionado geral de Relações Internacionais de Al Fatah e do Conselho Legislativo da Palestina, teve uma reunião com o chanceler José Antonio Meade, para solicitar ao governo do presidente Enrique Peña Nieto, que reconheça a Palestina como um Estado independente e soberano, porém só responderam que sim sem dizer quando.

Como expliquei em aula, se o governo não é capaz de estreitar laços com um povo que é humilhado e assassinado cotidianamente, é a população a que precisa sair na sua defesa. No México existem várias organizações (grandes e pequenas)  pró-palestinas, existem grupos e pessoas que de maneira individual procuram informar os compatriotas sobre a situação na Palestina, sobre o regime de ocupação e apartheid israelense e sobre os meios não violentos com os que se pode ajudar na causa. Sinto muito orgulho de dizer que já se está trabalhando na campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel.

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Palestra sobre o “Handala, ícone da identidade e resistência palestina”. Foto:  Ana Rosa Moreno.

O mexicano que ajuda o faz sem fins lucrativos e com interesse honesto de ajudar, embora existam organizações que tentam acaparar e controlar nossas ações (não mencionarei nomes porque não é ético). A vontade daqueles que querem contribuir é mais forte e honesta. As organizações, os acadêmicos e a sociedade civil continuamente organizam oficinas, palestras, ciclos de cinema, exposições para mostrar o que acontece com dados duros e reais. Se os meios calam, as redes sociais falam. Nas ruas dá para notar o apoio e é dever de cada cidadão levantar a voz pelos oprimidos e pressionar para que os governos ajam.

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Comemoração da Nakba no Segundo Grau em Amozoc, Puebla. Foto: Ana Rosa Moreno.

Tradução: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.


Solidaridad entre México y Palestina. El pueblo se levanta mientras el gobierno calla.

Por Ana Rosa Moreno Aguilar, Puebla, México, para Desacato.info.

El caso palestino es muy poco sonado en la República Mexicana aunque sí tiene eco dentro del ámbito académico. Y no es que a los mexicanos no les interese lo que ocurre en otros países, es que los medios de comunicación y las escuelas poco nos hablan de ello. En mi caso, tuve conocimiento de lo que ocurría en Palestina hasta la universidad, básicamente en el penúltimo año y con poca información.

Casualmente cuando cursaba la licenciatura, en mi clase de política exterior de México, me tocó exponer las relaciones de mi país con los países de Medio Oriente y explicar uno en especial, debo confesar que mi primera elección era hablar sobre  Israel. Tristemente puedo decirles que mi gobierno mantiene muy buenas relaciones con ese país y además existe un tratado de libre comercio. Cuando empecé a investigar sobre este país fui descubriendo las atrocidades que han estado cometiendo contra el pueblo palestino de la mano del gobierno en conjunto con la gran mayoría de la población. Esta tarea fue fundamental en mi vida. Primero, porque me hizo cambiar de país y decidí hablar en clase sobre las relaciones de México con Palestina, aunque al final quedé decepcionada de la labor diplomática de mi país y segundo influyó en mi iniciación como activista en defensa de los derechos humanos de los palestinos. Les daré un resumen de lo que encontré.

En 1947 cuando se hablaba de la partición de Palestina para dar lugar  a dos Estados, uno para los palestinos y otros para los judíos, México se abstuvo y es una abstención que yo considero errónea y contraria a nuestros principios, ya que durante esa época nuestra política exterior se regía por la doctrina Estrada, que defendía el principio no intervención y el derecho de autodeterminación de los pueblos. Como país fuimos ocupados y nuestro gobierno carecía de soberanía y lo que empezaba a ocurrir en Palestina era exactamente lo que habíamos vivido durante la colonia española. El caso es que México fue uno de los 10 países que se abstuvieron el 29 de noviembre de 1947 al Plan de Partición de Palestina elaborada por una comisión de las Naciones Unidas.

Cuando se creó el Estado de Israel, México le dio su reconocimiento en enero de 1950 y las dos naciones establecieron relaciones diplomáticas el 1 de julio de 1952. En 1959  respectivamente ambos países celebraban la apertura de sus embajadas. En abril de 1998, iniciaron las negociaciones comerciales entre México e Israel con aspiraciones a lograr un tratado de libre comercio, el mismo que se firmó y entro en vigor el 1 de julio del año 2000.  En el año 2008, México compra $250 millones de dólares en equipo militar israelí. Por último, existen intercambios académicos, culturales y turísticos entre ambos países y han presumido de excelentes relaciones diplomáticas.

Por otro lado, el gobierno mexicano no ha tenido el mismo trato con Palestina. Primero, no ha reconocido a Palestina como un Estado. Segundo, no existe representación a nivel embajada como tal y, tercero, se ha mantenido neutral o de nula participación cuando se trata de opinar o denunciar los crímenes que comete Israel contra los palestinos.

Es hasta 1975 que México estableció relaciones diplomáticas con la Organización de Liberación Palestina (OLP) y se abrió una oficina de información en la Ciudad de México. En el 2005, México abrió una oficina de representación en Ramallah. En el año 2009, el ministro de  Exteriores Riyad al-Maliki, visita por primera vez nuestro país. En el 2011, México se abstiene para votar  para permitir el ingreso de Palestina como miembro de la UNESCO. Ese mismo año, se coloca una estatua de Yasser Arafat, expresidente de la Autoridad Nacional Palestina. En 2013 el Congreso mexicano instaló una sección en su edificio para ‘México-Palestina amistad’. En el 2012, México votó a favor de Palestina para convertirse en un estado observador en las Naciones Unidas.

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Mural en la entrada del consulado Palestino en México. “Larga vida a Zapata – Héroe de la Revolución Mexicana  – 1915”. “Larga vida a  Abd al Kader al Husseini –  Héroe de la Revolución Palestina- 1948”. Por: Burhan Karkoutly.

Se han dado varios intentos, iniciativas para que el gobierno reconozca a Palestina como un Estado pero cada intento ha fracaso en parte porque nuestra política se delinea con la política estadounidense, por la presión de los empresarios judíos y porque los senadores y diputados desconocen el tema.

De hecho, hace un año, se empezó hablar sobre el posible reconocimiento. Nabil Shaath, comisionado general de Relaciones Internacionales de Al Fatah y del Consejo Legislativo de Palestina, tuvo una reunión con el canciller José Antonio Meade, para solicitarle al gobierno del presidente Enrique Peña Nieto, que reconozca a Palestina como un Estado independiente y soberano. Sin embargo, solo le dijeron que sí, pero no le dijeron cuándo.

Pero como lo llegué a explicar en clase, si el gobierno no es capaz de estrechar lazos con un pueblo que a diario es humillado y asesinado, es la población la que debe salir en defensa. En México existen varias organizaciones (grandes y pequeñas) propalestinas. Existen grupos y personas que de manera individual buscan informar a los paisanos sobre la situación en Palestina, sobre el régimen de ocupación y apartheid israelí y sobre los medios no violentos en que se puede ayudar en la causa. También me enorgullece decir que ya se está trabajando en la campaña de Boicot, Desinversión y Sanciones hacia Israel.

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Plática sobre el “Handala, icono de la identidad y resistencia palestina”. Fuente:  Ana Rosa Moreno.

El mexicano que ayuda lo hace sin fines de lucro y con el interés honesto de ayudar aunque existen organizaciones  que intentan acaparar y controlar nuestras acciones (no mencionaré nombres porque no es ético) la voluntad de quienes buscan ayudar es más fuerte y honesta. Las organizaciones, los académicos y la sociedad civil continuamente han organizado talleres, conferencias, ciclos de cine y exposiciones para mostrar lo que ocurre con datos duros y reales. Si los medios callan, las redes sociales hablan. En las calles se nota el apoyo y es deber de cada ciudadano levantar la voz por los oprimidos y presionar a los gobiernos actuar.

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Demostración para conmemorar la Nakba en Secundaria Técnica 90 en Amozoc, Puebla. Foto: Ana Rosa Moreno.

 

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