A presidente brasileira, Dilma Rousseff, viajará aos Estados Unidos nesta quinta-feira (21/04) para participar de uma cerimônia da ONU, onde deverá denunciar o “golpe” do qual está sendo vítima, como se refere a presidente sobre seu processo de impeachment.
Dilma participará em Nova York da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, que envolve metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa por parte dos países signatários. Assessores da Presidência informaram à agência de notícias Reuters que, durante seu discurso na sede da ONU, a presidente deverá falar sobre seu processo de impeachment, ao qual se refere como um “golpe” contra um governo democrático e legítimo.
A previsão é de que Dilma retorne ao Brasil na sexta-feira (22/04). Em seu lugar, assumirá o vice Michel Temer.
No domingo (17/04), a oposição brasileira alcançou os 342 votos necessários para encaminhar o processo contra Dilma ao Senado, que analisa o pedido de impeachment.
Entrevista coletiva
Em entrevista coletiva na terça-feira (19/04), a presidente disse a jornalistas da imprensa estrangeira que está sendo vítima de uma “flagrante injustiça” e de um “golpe”.
“Estou sendo vítima de um processo simultaneamente baseado numa flagrante injustiça, numa fraude jurídica e política que é a acusação do crime de responsabilidade sem base legal, sem crime e, ao mesmo tempo, de um golpe”, afirmou Dilma durante o encontro no Palácio do Planalto.
A mandatária declarou que há um “veio golpista adormecido” no país, lembrando que todos os presidentes enfrentaram processos de impeachment no Congresso Nacional.
“O Brasil tem um veio que é adormecido, um veio golpista adormecido. Se nós acompanharmos a trajetória de presidentes no meu país, do regime presidencialista a partir de Getúlio Vargas, nós vamos ver que o impeachment sistematicamente se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos”, disse.
Dilma também classificou como “terrível” a homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra feita pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do impeachment domingo (17/04) na Câmara dos Deputados.
“É terrível ver alguém votando em homenagem ao maior torturador que o Brasil já conheceu”, disse.
Fonte: Opera Mundi