Honduras: a norma corruptível de Callejas

Por Ronnie Huete S., de Honduras, para Desacato.info

25 anos se passaram desde que um dos presidentes mais corruptos da história latino-americana, tenha decidido passar à história como um ser desprezível.

O monumento à corrupção de Cidade Mateo, é um cemitério fantasma, povoado de mentiras que brilham e que a fazer reluzir como um reconhecido monumento à corrupção.

De igual forma, o caso de corrupção conhecido pela imprensa hondurenha como o “chinazo” acentua a riqueza de uma pequena elite estrangeira do oriente, cujas migalhas ainda são recolhidas pela pseudoburguesia da nação hondurenha.

O ex-presidente de Honduras, Rafael Leonardo Callejas (foto), enfocou seu temor no círculo social, através do seu fingimento de ser um bom ser humano, porém, junto à sua esposa e seus filhos, maldiziam à nação latino-americana de Honduras, mediante seus questionados atos contra o país.

Rafael Leonardo Callejas, foi o perfil jovem e desportista que criou o Partido Nacional de Honduras, para ganhar as eleições presidenciais de 1989, e que constituiu a última década do século XX, como a mais decadente de Honduras.

Seus sucessores consolidaram o ‘legado callejista’ neoliberal que afundou Honduras numa das nações mais pobres do hemisfério latino-americano.

A desvalorização da moeda hondurenha (lempira) ante o dólar estadunidense, a privatização de diversas instituições estatais e o inteiro servilismo aos vermes da oligarquia hondurenha, foram o desenho do plano governamental onde nasceram novos ricos e morreram muitas esperanças.

Mas, também surgiram novos pobres que, em nome da injustiça e da desesperança iniciaram um êxodo à imigração desconhecida e outros decidiram resistir os cruéis mandamentos da burguesia assassina.

Os moradores das pequenas urbes de Honduras fortaleceram suas periferias com casas que desafiam o equilíbrio, construídas em morros que rodeiam a capital hondurenha, onde no presente, sobrevivem a guerras não declaradas, entre os secretários dos ricos, chamados de aparatos de segurança do Estado, e os pobres.

O sinônimo de corrupção, Callejas, é um sinônimo que repercute com ira na comunidade hondurenha nacional e internacional, já que ainda o ar que destila, seu legado presidencial callejista, é um efeito colateral que mantém a economia hondurenha ajoelhada frente aos desígnios imperialistas que hoje exigem a extradição de Rafael Leonardo Callejas.

Este ex – presidente hondurenho reluziu por ser um dos melhores serventes que tiveram os interesses estadunidenses na América Latina para executar o plano dos “Chicago Boys”, mas, hoje se perfila por ser o primeiro presidente da república de Honduras, a ser acusado internacionalmente.

Os delitos de fraude, suborno, lavado de ativos e conspiração, para criar uma organização criminosa, segundo os Estados Unidos da América, são as acusações que agora enfeitam o currículo do ex – presidente Callejas.

A esposa deste suposto criminoso internacional, Norma Regina de Callejas, está consternada pela notícia que ecoa no mundo, já que seu perfil como ex – primeira dama, extingue-se pelos bochornos internacionais do seu marido.

Desta vez, a chuva de carta de liberdade que obteve o ex presidenciável Rafael Callejas a finais da década dos noventa e princípios do século XXI, são um antecedente que Norma Regina deseja com afinco se volte a repetir.

Mas, esta vez, a liberdade do sue esposo, a definirá a quem uma vez serviu, e aonde costumava viajar os fins de semana para comprar e verificar as últimas modas parisienses, na terra de vermes de Miami, nos Estados Unidos.

Compras que efetuava com os milhões que seu esposo uma vez obteve, nos cargos que desempenhou e que foram fortemente questionados internacionalmente.

Inclusive, na reconhecida Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o caso Rafael Leonardo Callejas, foi motivo de estudo, pela duvidosa procedência com que obteve seus milionários bens, e suas fortes influências no aparato político estatal e judicial de Honduras.

Os tentáculos de Callejas não terão alternativa que não seja amarrar-se aos desígnios judiciais nos Estados Unidos, será ali onde se lhe julgue pelos cargos que se lhe imputam.

Embora os pupilos de Callejas chorem as lágrimas do seu mentor e desejam evitar a extradição de Rafael Leonardo, o ser desprezível que caracteriza a este personagem internacional até o momento, é o de rejeição e forte questionamento.

O grito dos que alguma fez sucumbiram ante a morte, na década perdida dos noventa, volta a resoar num eco de ultratumba: justiça! Justiça!

El grito de los que una vez sucumbieron ante la muerte, en la década perdida de los noventas, vuelve a sonar en un eco de ultratumba ¡Justicia! Justicia!

Qualquer atentado ou ameaça para o autor deste artigo é responsabilidade de quem representam e governam o Estado de Honduras e seus invasores aos que menciono no presente artigo.

 Versão em português, Raul Fitipaldi, de América Latina Palavra Viva, para Desacato.info

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.