Texto e fotos: Claudia Weinman.
Acampamento Farroupilha realizado pelos Desgarrados Grupo Arte e Cultura, integrantes das Oficinas de Dança Gaúcha e Fundação Cultural (Funcultura) de São Miguel do Oeste, trouxe como diferencial os peões e prendas que segundo os organizadores, não são lembrados\as durante as celebrações tradicionais
O Acampamento Farroupilha, realizado pelos Desgarrados Grupo Arte e Cultura, integrantes das Oficinas de Dança Gaúcha e Fundação Cultural (Funcultura) de São Miguel do Oeste, nos dias 24, 25, 26 e 27 de setembro, na praça Walnir Bottaro Daniel, trouxe como principal elemento os homens e mulheres esquecidos da história, sofridos, explorados pelos fazendeiros. Estes peões e prendas que segundo os organizadores, não são lembrados durante as celebrações tradicionais da semana Farroupilha.
Wesley Padilha, que faz parte dos Desgarrados Grupo Arte e Cultura, lembra que a atividade teve como base a Semana Farroupilha, mas, enfatiza que trata-se de um olhar diferente para esta data. “Nós enquanto grupo de tradição gaúcha tentamos retratar o que de fato é essa tradição, a partir da simplicidade do peão de instância, do peão que de fato é explorado, fazendo ao mesmo tempo, um resgate da identidade do índio campeiro, de onde nasceu a tradição gaúcha”.
Padilha explica que durante os quatro dias de atividades na praça central do município de São Miguel do Oeste, os almoços e jantares foram servidos com base em alguns pratos típicos como Vaca Atolada (Carne com mandioca), Arroz Carreteiro e Costela assada. Além da alimentação diferenciada, foi realizado um entreveiro artístico, com apresentações de danças. “Integrantes dos grupos de Dança Gaúcha da linha Alto Guamerim, linha Dois irmãos e bairro São Luiz, estiveram envolvidos nas apresentações artísticas. Outros grupos vindos do município de Belmonte também interagiram durante as danças, além da presença dos companheiros da Argentina e do Haiti que passavam pelo local e pararam para visualizar as apresentações”, comenta.
No sábado, dia 26, Padilha destaca a participação do músico Arthur Mattos e Grupo de Lages que esteve se apresentando e baile com o Grupo Madrinhador de São Miguel do Oeste.
A história que não é contada
Segundo Padilha, todas as atividades realizadas durante o acampamento retrataram a simplicidade da cultura gaúcha. “É uma história que não tem sido contada. Hoje quando se fala em história da tradição gaúcha se tem uma fantasia do que foi a Revolução Farroupilha. Nos CTGs muitas vezes, os ‘líderes’ retratam o que não condiz com a história. A gente tenta retratar a simplicidade da tradição gaúcha e o que é ser um peão de instância e qual o papel da mulher nesta história, principalmente mostrando que a mulher não deve ser ‘escrava’ do homem ou vice-versa’’, complementa.
Para o próximo ano, Padilha reforça que o grupo planeja a realização do acampamento, mas que isso dependerá de algumas ‘prosas’ a serem realizadas e da participação de todos os organizadores, incluindo os demais segmentos ligados a Fundação Cultural do município de São Miguel do Oeste.
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Fonte: PJMP.