Badeko volta à Câmara de Vereadores

    Parece ficção, mas é apenas o estranho modo como as coisas acontecem em nossa cidade. Nesta terça-feira (22), depois de 10 meses afastado por causa das fortes evidências que a Polícia Federal levantou contra ele por tráfico de influência e recebimento de propina, o vereador Marco Aurélio Espíndola, o Badeko, voltará à Câmara Municipal de Florianópolis por decisão da justiça. Mas, se ele não deixou de ser suspeito na operação Ave de Rapina e o Conselho de Ética da Câmara decidiu por sua cassação por quebra de decoro parlamentar (uma liminar tem impedido a votação da cassação em plenário), como é possível que ele possa voltar atuar como representante do povo? O Realismo Mágico bate à nossa porta. A justificativa do Juiz de Direito Marcelo Volpato de Souza, que revogou as medidas cautelares que mantinham Badeko afastado da Casa do Povo, é de que o Ministério Público ainda não apresentou denúncia contra o vereador. Na sentença, ele determinou o retorno, mas com “impedimento de participar da mesa diretora e do conselho de ética, bem como da votação em qualquer comissão ou no plenário em relação aos fatos investigados nesta cautelar, em especial no projeto Cidade Limpa (…) e no processo de cassação contra si e contra o vereador César Luiz Belloni Faria”. Ou seja, um vereador que não pode participar de grande parte das decisões da Câmara. Um vereador pela metade. E sob suspeita. Em decisão de junho deste ano, que determinou o afastamento de Badeko por mais 180 dias, o mesmo juiz justificou a decisão escrevendo que “sobre ele (Badeko) pairará a desconfiança de que suas ações sejam motivadas por interesses obscuros e não terá a tranquilidade e a serenidade necessárias para o exercício das funções”. Mas, será que as desconfianças já não existem mais? Leia a sentença abaixo:

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    Fonte: Lino Peres Vereador.

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