O Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, deixa de fora ao menos 558 mil famílias que vivem na miséria. O benefício começou a ser pago na semana passada para 14,5 milhões de famílias. O total de benefícios não é o suficiente para atender as famílias em extrema pobreza (com renda individual de até R$ 89 por mês). Há 15,06 milhões de famílias nessa situação.
Até maio deste ano, o número de benefícios era maior que o de miseráveis. A crise e o crescimento da pobreza, entretanto, inverteram o caso em junho.
O número de famílias em extrema pobreza pode ser maior do que esse universo. O programa é destinado também aos pobres (com renda mensal de até R$ 178). Os miseráveis têm prioridade e deveriam todos ser atendidos antes de entrarem os pobres na lista. O governo não divulgou quantos de cada categoria são atendidos.
O aumento do número de famílias em situação de miséria
Em junho deste ano, o Bolsa Família começou a não cobrir o total de famílias em extrema pobreza. Em maio, eram 14.611.684 famílias nessa condição e o benefício era pago a 14.695.095. A diferença era de 83.411.
No mês seguinte, entretanto, o número de miseráveis foi para 14.718.690 e o número de benefícios pagos diminuiu para 14.695.025. A partir daí, 23.665 famílias foram deixadas de fora. A diferença se agravou e foi de 165.779 em julho, 309.761 em agosto e 409.179 em setembro.
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