1º de Maio: Familiares de trabalhadores mortos em Brumadinho promovem manifestação

O ato, em frente ao fórum da cidade, relembra que maior acidente de trabalho do país, com 272 mortos, ainda não teve julgamento dos responsáveis

Foto: Felipe Werneck/Ibama

Por Lucas Vasques.

Neste 1º de Maiofamiliares das vítimas da maior tragédia relacionada ao trabalho do país – o rompimento da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) – realizaram um ato em frente ao fórum da cidade. As famílias dos 272 mortos na ação criminosa lutam para que o julgamento da ação seja realizado por júri popular em Brumadinho.

Em outubro de 2021, em uma manobra jurídica do ex-presidente da ValeFabio Schvartsman, o processo criminal, que aponta as responsabilidades pela tragédia-crime, foi encaminhado para a Justiça Federal.

O objetivo foi protelar a ação no Judiciário. Depois do recurso do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), a decisão a respeito do julgamento acabou no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os manifestantes exibiram faixas e fotos de todas as vítimas, exigindo rapidez no processo. Além disso, pediram ao ministro do STF, Edson Fachin, relator do caso, que devolva o processo para a Comarca de Brumadinho.

Divulgação

No dia 28 de abril, a Securities and Exchange Comission (SEC), entidade que fiscaliza o mercado de ações dos Estados Unidos, protocolou na Justiça de Nova Iorque acusação contra a Vale.

O órgão apurou que a empresa enganou investidores sobre a segurança de suas barragens nos anos que antecederam a tragédia, em 2019. As investigações foram encaminhadas à Justiça estadunidense.

Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) acompanha as iniciativas das autoridades nos Estados Unidos e espera que Comissão de Valores Mobiliários também examine a questão.

Associação dos familiares das vítimas denuncia negligência da Vale

A Avabrum denuncia a negligência da Vale desde a tragédia. Relatório de investigação da Polícia Federal (PF) e os laudos internos atestaram que a cúpula da empresa tinha conhecimento dos riscos e atuou de forma omissa e irresponsável, como apontam a PF e o MP nas investigações.

As famílias solicitam audiência virtual com o ministro Fachin para relatar o sofrimento pelo qual passaram as vítimas e que passam os familiares ainda hoje.

“Foram encontrados 15 segmentos de uma única pessoa, tamanha a violência da lama contaminada que matou trabalhadores, turistas e destruiu a natureza. A vida precisa ter valor no Brasil. Não podemos matar nossos familiares novamente”, conta Alexandra Andrade Gonçalves Costa, da Avabrum.

Dois ofícios com os pedidos de audiência foram protocolados por Alexandra e enviados a Fachin. Um deles é assinado, também, por Dom Vicente de Paula Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, e o outro recebe a chancela de vereadores da Câmara Municipal de Brumadinho.

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