1ª Mostra AF de Cinema da Francofonia traz para Florianópolis produções contemporâneas inéditas em língua francesa

Festival será de 24 de março a 3 de abril com exibições no Paradigma Cine Arte; programação inclui produções também para crianças

Petit Pays. Foto Divulgação

De 24 de março a 3 de abril Florianópolis recebe a 1ª Mostra AF de Cinema da Francofonia. Na programação estão 17 produções e coproduções da França, Canadá, Bélgica, Argélia, Qatar, Romênia, Ruanda, Quebec e Suíça, a maioria inédita na Capital. As exibições serão no Paradigma Cine Arte, com sessões gratuitas pela manhã e a preço popular à noite.  A abertura oficial, no dia 24, será com o aclamado 143, Rue du Desert, de Hassen Ferhani (França/Argélia/Qatar), às 11h.

A mostra é promovida pela Aliança Francesa Florianópolis e tem o propósito de apresentar filmes que retratam, de diferentes maneiras, a diversidade cultural que um mesmo idioma abriga — a língua francesa é falada em pelo menos 30 países de quatro continentes. Essas nações integram a chamada La Francophonie, ou Organização Internacional da Francofonia. É justamente a pluralidade das culturas da Francofonia que o festival irá apresentar na telona.

—  A primeira edição da Mostra AF de Cinema da Francofonia nasceu de uma vontade muito forte de criar um evento para celebrar a francofonia e juntar as nações que, embora diferentes, compartilham um mesmo idioma. Além disso, a ideia é criar um espaço de encontro por meio da cultura, que é o melhor canal para difundir valores e vincular uma mensagem forte, uma mensagem de unidade entre os povos, de amizade. A programação representa bem a francofonia, presente no mundo inteiro — afirma a diretora da Aliança Francesa Florianópolis, Marilyn Pellicant.

Nesse sentido, a seleção de filmes reflete a produção contemporânea na língua francesa e evidencia temas e discussões bastante atuais, como a guerra, processos migratórios, refugiados, o amor, infância, os diferentes modelos familiares. A curadoria também abrange diferentes linguagens, como documentário e animação.

O filme 143, Rue du Desert, por exemplo, do diretor Hassen Ferhani, é um documentário sensível sobre uma  mulher idosa que administra um café na principal rodovia da Argélia. Já a comédia dramática Maria, de Alec Pronovost, conta a história de uma mulher no fundo do poço e sem nenhuma experiência de trabalho que dá a volta por cima antes que a vida simplesmente acabe. Para crianças, a animação Le Petit Vampire (O Pequeno Vampiro), de  Joann Sfar, mostra um simpático vampiro cujo sonho é ir para a escola e fazer amigos.  A programação completa, bem como as sinopses dos filmes, está abaixo.

Sessões acessíveis e gratuitas pela manhã

Ao longo de 11 dias de programação, todas as sessões agendadas para às 11h serão gratuitas. As demais, às 21h, têm entrada a preço popular (R$ 12). Também estão previstas exibições exclusivas para escolas. Uma das sessões  — agendada para o dia 26 — será acessível para pessoas surdas, com tradução em LIBRAS – Língua Brasileira dos Sinais.

Mostra celebra o Mês da Francofonia

A Mostra integra as comemorações do Dia Internacional da Francofonia, celebrado em 20 de março. A data faz referência ao acordo assinado em Niamey, no país africano Níger, em 20 de março de 1970, que criou a Organização Internacional da Francofonia. Atualmente, cerca de 300 milhões de pessoas falam francês em todo o mundo — é a nona língua mais falada do planeta.

— Pela primeira vez teremos uma parceria com os consulados da Suíça, da Bélgica, de Luxemburgo, do Canadá, de Quebec e da França. A ideia é que a Mostra AF de Cinema da Francofonia seja realizada anualmente em Florianópolis. Aqui, em Santa Catarina, a presença da francofonia é muito forte e faz parte do cotidiano de cada cidadão. E reitero o propósito do evento: mostrar que a cultura permite reunir tantos  povos diferentes. Um momento de diálogo e intercâmbio para poder criar, quem sabe, um novo mundo — conclui Marilyn Pellicant.

A Mostra AF de Cinema da Francofonia 2022 é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura com patrocínios da ENGIE e Da Magrinha. Apoio cultural do Institut Français, Suíça, Canadá, Québec, Grão-Ducado de Luxemburgo, Bélgica e Consulado Geral da França em São Paulo. O cinema oficial é o Paradigma Cine Arte. Produção da Marte Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Francofonia, Ministério do Turismo e Governo Federal.

Agende-se

1ª Mostra AF de Cinema da Francofonia

Quando: 24 de março a 3 de abril de 2022
Onde: Rod. SC-401, 8.600 (Centro Empresarial Corporate Park), Bloco 8 – Sala 2, Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis
Mais informações: www.affloripa.com.br

Programação

QUINTA, 24/3

11h – 143, Rue du Desert, de Hassen Ferhani (França/Argélia/Qatar)
Legendado  2019  Documentário  1h 40m  Classificação: Livre

Quanto: gratuito

SEXTA, 25/3

11h – Green Boys, de Ariane Doublet (França)
Legendado  2019 Documentário  1h 12m  Classificação : 12 anos

Quanto: Gratuito

21h – La langue est donc une histoire d’amour (A Linguagem é uma História de Amor), de Andrés Livov (Canadá)

Legendado 2019  Documentário 1h 28m  Classificação: livre

Quanto: R$12

SÁBADO, 26/3

11h – Diane a les épaules (O Poder de Diane), de Fabien Gorgeart (França)

SESSÃO ACESSÍVEL

Dublado em Português com recursos de LIBRAS, Audiodescrição e Legenda descritiva. 2017  Comédia 1h 27m  Classificação: 12 anos

Quanto: Gratuito

21h – Si Le Vent Tombe, de Nora Martirosyan (França/Bélgica/Armênia)

Legendado  2020 Drama 1h 40m  Classificação : 14 anos

Quanto: R$12

DOMINGO, 27/3

11h – Le Petit Vampire (O Pequeno Vampiro), de  Joann Sfar (França)

Legendado ?  2000 ? Infantil/Fantasia ? 1h 31m ? Classificação Livre

Quanto: Gratuito

21h – Petit Pays, de Eric Barbier (França, Bélgica)
Legendado  2020 Drama  1h 51m  Classificação: 14 anos

SEGUNDA, 28/3

11h – Systeme K, de Renaud Barret (França)

Legendado  2019  Documentário 1h 34m  Classificação : 14 anos

Quanto: Gratuito

21h – De Nos Frères Blessés, de Helier Cisterne (França/Bélgica/Argélia)
Legendado 2020  Drama  1h 35m Classificação : 14 anos

Quanto: R$12

TERÇA, 29/3

11h – Maria, de Alec Pronovost (Québec)

Legendado  2021  Comédia Dramática 1h 30m  Classificação 12 anos

Quanto: gratuito

21h – Funan, de Denis Do (França)

Legendado  2018  Drama/Animação 1h 24m  Classificação : 12 anos

Quanto: R$12

QUARTA, 30/4

11h – Makala, de Emmanuel Gras (França)

Legendado  2017  Documentário 1h 37m  Classificação : 16 anos

Quanto: gratuito

21h – Notre Dame du Nil, de Atiq Rahimi (França / Bélgica / Ruanda)

Legendado  2019  Drama  1h 33m ? Classificação : 14 anos

Quanto: R$12

QUINTA, 31/3

11h – La Disparition des Lucioles, de Sébastien Pilote  (Québec)

Legendado  2018  Drama  1h 36m  Classificação : 12 anos

Quanto: gratuito

SEXTA, 1º/4

11h – Sympathie pour le Diable, de Guillaume De Fontenay (França/Canadá/Bélgica)

Legendado  2019  Guerra/Drama  1h 40m  Classificação : 14 anos

Quanto: gratuito

SÁBADO, 2/4

11h – L’extraordinaire voyage de Marona (A Fantástica Viagem de Marona), de Anca Damian (França, Romênia, Bélgica)

Legendado  2019 Animação/Drama 1h 32m  Classificação : 6 anos

Quanto: gratuito

DOMINGO, 3/4

11h – La Mif, de Fred Baillif (Suíça)

Legendado   2021  Drama  1h 52m  Classificação 16 anos

Quanto: gratuito

Sinopses

24/3 – 143, Rue du Desert, de Hassen Ferhani
O filme é um retrato de Malika, uma mulher idosa que administra um café ao lado da National 1, a principal rodovia da Argélia. Por meio dos vários clientes que param para comer ovos, café ou chá, conhecemos intimamente essa mulher excêntrica, cujas opiniões sobre uma variedade de assuntos entretêm, esclarecem e confundem em igual medida. A maioria dos clientes a conhece tão bem que suspeitamos que talvez parem não para o chá, mas para a companhia dela. O filme quase nunca sai de dentro de seu pequeno café, que também serve como sua casa. No entanto, a cada nova tomada, Ferhani consegue revelar um novo fragmento desse pequeno espaço, o que mantém o filme surpreendentemente dinâmico.

24/3 –  Petit Pays, de Eric Barbier

Na década de 1990, um menino vive no Burundi com seu pai, um empresário francês, sua mãe ruandesa e sua irmã mais nova. Ele passa seu tempo jogando com seus colegas de classe até que a guerra civil estoura, pondo fim à inocência de sua infância.

25/3 – Green Boys, de Ariane Doublet

Alhassane é um menino guineense de dezessete anos. Acolhido em uma pequena vila à beira-mar na Normandia, ele conhece Louka, 13 anos. Nasce uma amizade. Crescerá, dia após dia, como a cabana que eles constroem; um lugar secreto da infância e um abrigo para feridas.

25/3 – La langue est donc une histoire d’amour, de Andrés Livov

As aulas de Loiseau são diferentes de quaisquer outras. Seus alunos adultos são imigrantes recentes: alguns deles refugiados, a maioria aprendendo a ler e escrever pela primeira vez, todos ansiosos para estudar, encontrar trabalho e criar suas famílias em paz. Suas histórias de dor e esperança convergem em uma lição de grande coração.

26/3 –  Diane a les épaules (O Poder de Diane), de Fabien Gorgeart

Sem tentar ser moralista ou proselitista, o diretor usa o pretexto da barriga de aluguel para falar dos novos códigos de casais e da ruptura dos modelos. Picante, emocionante, excitante, a atriz Clotilde Hesme tem força para encenar todas essas emoções.

26/3 – Si Le Vent Tombe, de Nora Martirosyan

Alain, um auditor internacional francês, vai avaliar o aeroporto de uma auto-proclamada República para dar luz verde à sua reabertura. Edgar, um garoto local, vagueia pelo aeroporto e se envolve em um negócio estranho. Homem e criança acabam se encontrando.

27/3 – Le Petit Vampire (O Pequeno Vampiro), de  Joann Sfar

O Pequeno Vampiro  vive em uma casa assombrada com um bando de monstros felizes, mas ele está terrivelmente entediado… Ele tem 10 anos há 300 anos, então os navios piratas e o clube de cinema, faz muito tempo que não o diverte mais . O sonho dele? Ir para a escola e fazer amigos. Acompanhado por Fantomate, seu fiel buldogue, o Pequeno Vampiro foge da mansão em segredo, determinado a conhecer outras crianças.

28/3 – Systeme K, de Renaud Barret

Kinshasa, República Democrática do Congo, 2017. Na selva urbana com mais de 13 milhões de habitantes, em meio ao caos social e político, está surgindo uma cena de arte de rua eclética e borbulhante. Artistas visuais, músicos e performers underground criam do nada, usando objetos reciclados e seus próprios corpos para expressar sua raiva, mas também seus sonhos de mudança. Apesar do constante assédio das autoridades, dos fortes tabus de uma sociedade tradicional e das lutas pessoais dos artistas, o movimento não pode mais ser parado.

28/3 – De Nos Frères Blessés, de Helier Cisterne

1954, Hélène e Fernand se apaixonam. Ela parte para a Argélia com ele e descobre a beleza do país e o apego que Fernand tem pela terra natal. Enquanto a Argélia e a França estão separadas, suas vidas são viradas de cabeça para baixo. O filme mostra a história da luta de um casal pela liberdade.

29/3 – Maria, de Alec Pronovost

Quando Maria pensa que está no fundo do poço, descobre que o poço tem um fundo duplo: sem emprego, sem dinheiro, sem conquistas dignas de menção e agora uma mãe moribunda que implora para ela fazer algo com sua vida antes que ela morra. Ela não tem escolha a não ser assumir o controle e encontrar uma carreira… Mas o que ela pode fazer com um diploma de bacharel em comunicação de sete anos e nenhuma experiência de trabalho? Acredite ou não, ela pode se tornar uma substituta da escola secundária!

29/3 – Funan, de Denis Do

A obra relata a sobrevivência e a luta de uma jovem mãe durante a revolução dos Khmers Vermelhos para encontrar seu filho de quatro anos, que havia sido separado de sua família pelo regime.

30/3 – Makala, de Emmanuel Gras

Um jovem morador de um vilarejo no Congo não tem muito a oferecer à sua família, mas está disposto a dar tudo de si para oferecer-lhes um futuro melhor e com mais oportunidades. Na jornada para vender os frutos do seu próprio trabalho, ele aprende uma importante lição sobre a vida, a perseverança e o valor da família.

30/3 – Notre Dame du Nil, de Atiq Rahimi

Na Ruanda de 1973, um grupo de meninas, algumas de famílias de elite e outras não tão privilegiadas, estudam em um colégio interno comandado por católicos belgas. Em meio ao crescente conflito entre grupos étnicos locais e uma realidade colonial sintomática do eventual genocídio durante a Guerra Civil de Ruanda, as adolescentes vivem uma vida de travessuras e curiosidade típica para sua idade, mas que resiste a uma cruel realidade em maior escala.

31/3 – La Disparition des Lucioles, de Sébastien Pilote

Leo sonha em escapar. Ela se sente presa em sua cidade industrial em Quebec. O alvo de suas frustrações é seu padrasto, uma celebridade de rádio local politicamente equivocada que forçou seu pai sindicalista a sair da cidade. É quando Steve, um metaleiro muito mais velho que ainda mora no porão de sua mãe, entra na vida de Leo.

1º/4 – Sympathie pour le Diable, de Guillaume De Fontenay

Saraievo, novembro de 1992, sete meses após o início do cerco. O repórter de guerra Paul Marchand mergulha nas entranhas de um conflito fratricida sob o olhar impassível da comunidade internacional. Entre sua objetividade jornalística, o sentimento de impotência e um certo senso de dever diante do horror, ele terá que tomar partido.

2/4 – L’extraordinaire voyage de Marona, de Anca Damian

Vítima de um acidente, Marona, uma cachorrinha, lembra-se dos diferentes mestres que conheceu e amou ao longo de sua vida. Através de sua simpatia infalível, sua vida se torna uma lição de amor.

3/4 – La Mif, de Fred Baillif

Um grupo de adolescentes foi colocado em uma casa de repouso com assistentes sociais. Essa experiência forçada de “família” cria tensões e intimidades inesperadas. Um incidente desencadeia uma cadeia de reações exageradas.

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