17 mortos nos protestos no Peru

Pelo menos 17 pessoas morreram nesta segunda-feira (9) em Juliaca, no sul do Peru, durante confrontos entre policiais e manifestantes que exigiam a saída da presidente Dina Boluarte, segundo a Defensoria do Povo, órgão mediador local.

“Confirmamos hoje 17 mortos em Puno durante confrontos com policiais nas proximidades do aeroporto de Juliaca”, na região aimará (povo ameríndio) de Puno, disse à AFP uma fonte do escritório do mediador, também relatando mais de trinta feridos.

As vítimas têm ferimentos de bala, disse um funcionário do Hospital Carlos Monge, em Juliaca, para onde foram levadas.

Os confrontos começaram quando os manifestantes tentavam invadir o aeroporto de Juliaca, localizado a cerca de 1.300 quilômetros ao sul de Lima, na região de Puno. Este aeroporto já havia sido alvo de uma tentativa de invasão no sábado (8).

“Hoje mais de 9.000 pessoas se aproximaram do aeroporto de Juliaca e cerca de 2.000 delas lançaram um ataque impiedoso contra a polícia e as instalações, usando armas improvisadas”, disse o presidente do Conselho de Ministros peruano, Alberto Otarola, à jornalistas, se referindo a uma “situação extrema”.

No Peru, pelo menos 17 pessoas morreram em confrontos entre policiais e manifestantes, que exigiam a saída da presidente Dina Boluarte, em 9 de janeiro de 2023.
Massacre entre peruanos

“Senhores, a polícia atirou contra nós”, disse um manifestante à AFP. “Pedimos que a senhora Dina renuncie. Aceite o fato de que as pessoas não gostam de você!”, disse.

“O que está acontecendo é um massacre entre peruanos, peço calma, não se exponham”, exclamou o prefeito de Juliaca, Oscar Cáceres, em apelo à população na rádio local La Decana.

As novas mortes elevam para 39 o número de pessoas mortas durante as manifestações contra o governo em quase um mês de protestos no Peru, país mergulhado em uma grave crise institucional e política.

Os manifestantes exigem a renúncia de Dina Boluarte, que chegou à presidência do país após a destituição, em dezembro, do socialista Pedro Castillo. Exigem também um novo Parlamento e a realização imediata de eleições, já antecipadas de 2026 para abril de 2024.

Epicentro dos protestos

A região de Puno, na fronteira com a Bolívia, é o epicentro dos protestos no país. Uma greve por tempo indeterminado foi decretada na região desde 4 de janeiro. É também o ponto de partida de uma marcha organizada por vários coletivos de cidadãos e camponeses, cuja chegada à capital Lima está prevista para cerca de 12 de janeiro.

As manifestações começaram após a demissão do Parlamento e a prisão em 7 de dezembro de Castillo, após sua tentativa de dissolver o Parlamento, descrita como um “golpe de estado” por seus oponentes políticos.

Na segunda-feira (9), o Peru proibiu o ex-presidente boliviano Evo Morales de entrar em seu território por sua “intervenção” nos assuntos políticos internos do país.

O ex-presidente boliviano atua na política peruana desde que Pedro Castillo assumiu o poder em julho de 2021, até sua deposição em 7 de dezembro.

Desde então, Morales manifestou seu apoio às manifestações pela saída de Dina Boluarte e, em particular, às realizadas na região de Puno, que visitou em novembro passado. A direita peruana o acusa de pressionar o sul do país à separação para ser anexado à Bolívia.

Dina Boluarte é a sexta pessoa a ocupar a presidência em cinco anos, em um país que vive uma crise política permanente pontuada por suspeitas de corrupção.

(Com informações da AFP)

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