Por Claudia Weinman, para Desacato. info.
Militantes do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas (MMTU), estão reunidas nesta quinta-feira, dia 01 de setembro de 2016, no Salão Paroquial da Igreja Matriz, em São Miguel do Oeste, para estudar a conjuntura do Brasil após a consolidação do golpe de estado, ocorrida no dia de ontem, 31 de agosto, e para debater sobre quais são as perdas previdenciárias desse novo cenário, que aponta para aposentadoria tardia, aumento da jornada de trabalho, perda do décimo terceiro salário e férias, entre outros pontos que o governo do atual presidente Michel Temer (PMDB) prevê.
Conforme uma das representantes da Direção Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Noeli Welter Taborda, pela parte da manhã, a companheira Iridiani Seibert, da Direção Nacional do movimento, falou sobre a conjuntura do país. Ela salientou que a perda de direitos está relacionada a mais um momento de transformação do Capitalismo. “O Capitalismo está se reorganizando e para que continue lucrando, necessita retirar os direitos dos/as trabalhadores/as. Nesses últimos anos, tivemos alguns ganhos relacionadas às políticas públicas e para o Capitalismo, isso é ruim”, destacou.
Noeli destacou que a intenção do movimento é unificar forças. “Temos muitos desafios pela frente e precisamos discutir o que será feito e de que maneira vamos nos articular para esse próximo período. É um momento delicado e os/as trabalhadores/as podem perder muitos direitos”, destacou.
Aposentadoria para depois dos 60 anos
Pela parte da tarde, Noeli reforçou que estão sendo discutidos vários assuntos referentes a questão previdenciária. Segundo ela, as companheiras Justina Cima, da Direção Estadual e Ana Elsa Munarini, da Direção Estadual, fazem as falas para as demais companheiras e companheiros que estão participando da atividade. “Em muitas falas que temos acompanhado, existe a preocupação quanto à idade que os/as trabalhadores/as vão se aposentar. Entendemos que uma aposentadoria tardia, para depois dos 60 anos, é inaceitável, considerando o trabalho e a vida das pessoas que se doam todos os dias, seja no campo ou na cidade”, argumentou.
Segundo Noeli, muitas mulheres do movimento hoje estudam, estão incluídas em programas, financiamento como o FIES, ou então no Prouni, e correm o risco perderem esse direito. “Além de uma aposentadoria tardia, também vamos perder com a nossa possibilidade de estudar, que foi uma conquista histórica. Por isso, precisamos unificar a luta, é um momento drástico para nós a partir desse golpe consolidado, mas precisamos seguir e por isso, estamos reunidas/os no dia de hoje, para dar continuidade aos nossos sonhos e a mobilização”, finalizou.