100 anos de resistência Xokleng

João Adão

Poema de João Adão Nunc-nfoônro de Almeida.

Você que está me olhando, também me ouvindo falar

tire o teu lenço do bolso, porque você pode chorar,

conhecerão a realidade que aqui vou registrar.

Saberão que a historia contada completa ela não está,

pois, não fala dos Kaingang que vieram do Paraná.

Eduardo não estava só, para os Xokleng pacificar,

porque não contar a verdade dos que vieram lhe ajudar.

Na historia não aparece, seus nomes no anonimato está,

mais no decorrer desse poema conhecê-los tu irá.

Kanduy e seus quatro filhos,vieram no rio Plate se estalar,

Rosa, também Messias índias lindas de olhar,

também Jóngón e Olímpio esta é a família Priprá.

O índios Janguinho Criri que junto veio desbravar,

com eles Candida Nunc-nfoônro esposa de Olímpio Priprá.

Todos esses índios valentes, que vieram morar aqui,

formaram esta grande tribo, Xokleng, Kaingang e Guarani.

O poema que estas ouvindo, sei que vai te emocionar

e se tiver consciência correndo vem nos ajudar,

a defender os direitos que constituição nos dá;

Em 1914 é que a “pacificação” aconteceu

no dia 22 de setembro foi que o índio Kóvi se rendeu,

trazendo todo o povo indígena e a pacificação aconteceu,

Não querendo mais ver sangue, de seus patrícios a correr,

cansados de tantas lutas para a terra defender.

Pois vinha sendo invadida, numa batalha infernal,

Morria índio todos os dias

Na praça de Blumenau era o cenário do horror,

Onde era contado as orelhas, dos índios mortos sem temor,

Pelos bugreiros malditos, homens mais e sem amor.

Lembrando das mulheres grávidas, dilaceradas com facão,

Entre gritos de agonia, clamando por compaixão,

O corpo delas tombavam, e o feto caia ao chão.

Na historia Catarina, tu verás confirmação.

Hoje o sangue inocente clama por retratação,

Se é que existe justiça vamos usá-las por que não.

Hoje não é a espingarda

Nem trabuco ou facão

Que fere os nativos da terra

Indígenas desta nação

Mas são os engravatados

Com suas canetas nas mãos

A Bela e Santa Catarina, que todos persiste em falar,

Esta regada de sangue, dos índios deste lugar.

Xokleng, Kaingang e Guarani, bravos guerreiros a lutar,

Perseguidos por bugreiros, muito vieram a tombar,

Derramando o seu sangue, para a terra conquistar,

Assim surgiu a historia que ouvindo hoje tu estás.

No dia 22 de setembro, já 100 anos se passou,

Em que esse povo guerreiro, sem querer a matar deixou,

Refletindo aquele dia no peito sinto compaixão,

Em vez de serem libertos, entraram na escravidão.

A terra ficou pequena, acabou caça e o pinhão,

As margens do rio eles andam, e o peixe onde estão?

Morreram envenenados, com agrotóxicos das plantações,

que os colonos derramam todos os dias pelo chão.

Se fosse aipim ou batata, se fossem milho ou feijão,

Mas é o maldito fumo que intoxica o pulmão.

O poema que estou recitando, é verdade ela é real,

Esta escrito no livro Xokleng Memória Visual.

 

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