Universidade Estadual do Ceará disponibiliza berço e carrinho para mães que precisam levar bebês às aulas

A iniciativa surgiu depois que uma mãe do Programa de Pós- Graduação em Linguística Aplicada retornou da licença-maternidade para as aulas com a filha.

Foto: Arquivo Pessoal

Por Vitória Barbosa.

Além de carteiras escolares, um berço e um carrinho têm chamado atenção dos estudantes e internautas em uma sala de aula da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

É que em uma das salas do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (Posla), que oferece os cursos de Mestrado e Doutorado, duas alunas são mães e precisam levar as filhas bebês para assistir às aulas.

Edina Ié veio de Guiné Bissau para Fortaleza em 2014. Ela é uma das mães que precisam levar a filha de apenas 5 meses para a faculdade por não ter com quem deixar. Para ela, a iniciativa da Uece mostra o quanto a instituição de ensino tem profissionais humanos. “Sabemos que, na sociedade em que vivemos e no momento em que o Brasil está, não é fácil ver um incentivo como esse, de dar oportunidade a nós, mães de primeira, e inclusive eu estrangeira e sem família, poder me sentir amparada e continuar meus estudos sem me sentir excluída“, destacou.

A professora e diretora do Centro de Humanidades da Uece, Adriana Barros, conta que a iniciativa surgiu quando uma aluna do Mestrado retornou de sua licença-maternidade para as aulas com a filha. Diante da situação, o coordenador do Posla solicitou à ela a colocação de um berço e um carrinho na sala de aula. “Ele resolveu fazer uma campanha entre os amigos para conseguir doação de um berço e um carrinho para que, de maneira mais confortável, pudesse manter mãe e filha na sala de aula”.

Depois de a equipe conseguir a doação do berço e carrinho, uma outra aluna surgiu com a mesma necessidade e, assim, as duas passaram a ser alcançadas com a ação. “Achei louvável e de grande sensibilidade a iniciativa. Os alunos têm colocado bilhetes carinhosos dentro do berço para as mamães as incentivando a permanecer firmes nos estudos em companhia de suas bebês”, comenta a diretora do CH.

” alt=”” aria-hidden=”true” />Além dos móveis, recados foram deixados para conscientizar os alunos (FOTO: Arquivo Pessoal) Além dos móveis, recados foram deixados para conscientizar os alunos (FOTO: Arquivo Pessoal)

Ela acrescenta, ainda, que a situação não é a ideal, mas, no caso delas (mães), que ainda amamentam ou que não podem contar com ajuda de alguém para cuidar do bebê, é uma necessidade. “Essas mulheres se dividem entre esse papel maravilhoso e importante de ser mãe e o desejo e necessidade de ter uma formação que as qualificará para cuidar melhor de si e de seus filhos, de suas famílias e contribuir com a sociedade”, reforça. Segundo ela, até agora as reações dos outros alunos têm sido de compreensão, acolhimento e incentivo.

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