Por que a elite é contra a federalização da FURB?

Por Marcus Antoni Mattedi.

Saber do que se fala sempre ajuda. Agora, quando se trata do processo de formulação e implementação de políticas públicas em educação, é preciso sabê-lo de forma precisa. A controvérsia surgida com o repasse dos 16 milhões do Projeto de No. 38/2012 é tão superficial em suas diatribes contra Federalização da FURB que presta um desserviço à comunidade do Vale do Itajaí em geral e à população de Blumenau em particular. Por isso, é dever das pessoas que acompanham o processo de perto efetuar alguns esclarecimentos.

Dentro da atual política do Governo PT, existem duas estratégias predominantes de expansão do ensino superior público federal: 1) Universidade de raiz, em regiões carentes; 2) Campus avançados, através do Programa REUNI. A primeira estratégia não se justifica, porque o Vale do Itajaí apresenta altos índices de IDH e de oferta de vagas no ensino superior; a segunda é insatisfatória porque é muito lenta, e não tem apoio interno da UFSC. É preciso encontrar um caminho alternativo – e esse caminho é a FURB.

O Programa REUNI foi rejeitado pelas universidades hospedeiras, comunidades onde foi implantado e, principalmente, pelos estudantes e professores desses campi. Nesse sentido, a criação de um Campus da UFSC na região é uma ofensa à história do Vale do Itajaí. Afinal, construímos uma instituição que é a 69ª. universidade brasileira, segundo o Ranking Folha. Por isso, quem defende a criação de um Campus da UFSC, ou desconhece a política do PT, ou não quer uma universidade federal na região.

Mas a luta pela Federalização da FURB não é nova. Remonta ao seu período de fundação, quando o baronato da malha era contrário à criação de uma instituição de ensino superior na região. Somente a elite da região conseguia manter seus filhos estudando nas capitais. Por isso, a FURB é uma criação da classe média. E ao longo de quase 50 anos mudou a história do Vale do Itajaí e serviu de modelo para implantação de ensino superior no interior de Santa Catarina. E cada geração de cidadãos efetuou sua contribuição nesse processo.

Não tenho a ambição de eliminar este equívoco, nem agora, nem aqui. Mas sou obrigado a dizer que a luta pela Federalização da FURB é uma luta de todos que amam viver no Vale do Itajaí. E, mais, é preciso dizer também que a Federalização da FURB é uma ameaça às elites econômicas e políticas que impedem o desenvolvimento do Vale do Itajaí. Quem não quer que a FURB federalizada e defende um Campus da UFSC, quer um processo lento para manter a dominação econômica e política na região. A elite sabe que, se povo população ganha, ela perde!

1 COMENTÁRIO

  1. Como podem ser funcionários públicos sem prestar concurso. Nada contra a federalização, porem os professores teriam que prestar concurso.

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