O país da desigualdade e dos bilionários que não querem pagar impostos

A lógica, portanto, é a seguinte: considere que um cabra desses doasse um ano da grana que tem para o restante da população brasileira. Seriam 365 milhões de reais que, multiplicados por cinco, gerariam uma grana extra de R$ 2,1 bilhões.

O dinheiro permitiria tirar da miséria um número mágico de pessoas, certo? Mas, como se sabe, este cálculo é baseado exclusivamente na ingenuidade de quem pensa que os ricos não precisariam de um ano dos seus 36 de riqueza extrema.

Não fariam isso. E mais: operam para que o dinheiro, e sempre ele, cresça no mundo e na sua conta corrente. Não necessariamente para ser distribuído, mas acumulado.

O que esperam fazer estes homens, em geral velhos, com tanto dinheiro? Taí uma boa pergunta. Mas há entre eles uma competição interna para saber quem acumula mais. E este é seu prazer: acumular.

Tributar grandes fortunas seria a saída para o Brasil nestes tempos de atoleiro. E vale lembrar que muitos, como o primeiro da lista, Jorge Paulo Lemann, atuaram ativamente para remover o PT e sua política um tanto mais social do poder.

A lista de ricos brasileiros é, claro, mais extensa. Inclui a família Marinho, Sílvio Santos, e outros tantos. Mas, como se sabe, o problema do país reside na “previdência social”.

Um amigo, o fotógrafo Berg Silva, perguntou em uma postagem que fiz sobre o tema: “algum negro neste universo de bilionários?”

A pergunta dispensa resposta.

Mas ela me lembrou um bom trabalhador, contínuo, com quem trabalhei durante muitos anos no Jornal O Dia. Waltinho, um negro educado e muito aplicado, disse certa vez quando me viu debatendo a reforma agrária com outro colega de jornal, Nelson Moreira: “vocês ficam aí defendendo a invasão de terra. Terra dos outros precisa ser respeitada. É inveja querer a terra dos outros. Cada um que trabalhe e compre seu pedaço de chão!”

De lascar!

Veja a lista de bilionários brasileiros – declarados:

Posição Nome Fortuna estimada Idade Origem do patrimônio
1° Jorge Paulo Lemann US$ 29.2 bilhões 77 AB Inbev
2° Joseph Safra US$ 20.5 bilhões 78 Banco Safra
3° Marcel Herrmann Telles US$ 14.8 bilhões 67 AB Inbev
4° Carlos Alberto Sicupira US$ 12.5 bilhões 69 AB Inbev
5° Eduardo Saverin US$ 7.9 bilhões 35 Facebook
6° Ermirio Pereira de Moraes US$ 3.9 bilhões 84 Diversos
7° Maria Helena Moraes Scripilliti US$ 3.9 bilhões 86 Diversos
8° Jose Roberto Marinho US$ 3.8 bilhões 61 Globo
9° Roberto Irineu Marinho US$ 3.8 bilhões 69 Globo
10° Joao Roberto Marinho US$ 3.7 bilhões 63 Globo
11° Abilio dos Santos Diniz US$ 3.3 bilhões 80 Varejo
12° Walter Faria US$ 3.3 bilhões 61 Grupo Petrópolis
13° Jorge Moll Filho US$ 3.2 bilhões 72 Hospitais
14° Fernando Roberto Moreira Salles US$ 3.2 bilhões 70 Banco e mineração
15° Joao Moreira Salles US$ 3.2 bilhões 55 Banco e mineração
16° Pedro Moreira Salles US$ 3.2 bilhões 57 Banco e mineração
17° Walther Moreira Salles Junior US$ 3.2 bilhões 60 Banco e mineração
18° Rossana Camargo de Arruda Botelho US$ 3.1 bilhões 67 Camargo Correa
19° Renata de Camargo Nascimento US$ 3.1 bilhões 66 Camargo Correa
20° Regina de Camargo Pires Oliveira Dias US$ 3.1 bilhões 63 Camargo Correa
21° Aloysio de Andrade Faria US$ 2.4 bilhões 96 Banco Alfa
22° Jose Luis Cutrale US$ 2.2 bilhões 70 Cutrale
23° Alexandre Grendene Bartelle US$ 2 bilhões 67 Calçados
24° Alfredo Egydio Arruda Villela Filho US$ 1.9 bilhão 47 Itaúsa
25° Julio Bozano US$ 1.8 bilhão 81 Bozano Investimentos
26° Dulce Pugliese de Godoy Bueno US$ 1.8 bilhão 69 Hospitais
27° Andre Esteves US$ 1.8 bilhão 48 BTG Pactual
28° Carlos Sanchez US$ 1.8 bilhão 55 Medicamentos
29° Ana Lucia de Mattos Barretto Villela US$ 1.7 bilhão 43 Itaúsa
30° Jayme Garfinkel US$ 1.5 bilhão 71 Porto Seguro
31° Liu Ming Chung US$ 1.5 bilhão 54 Nine Dragons
32° Ana Maria Marcondes Penido Sant’Anna US$ 1.5 bilhão 61 CCR
33° Jose Isaac Peres US$ 1.5 bilhão 76 Multiplan
34° Joao Alves de Queiroz Filho US$ 1.4 bilhão 64 Hypermarcas
35° Rubens Ometto Silveira Mello US$ 1.4 bilhão 67 Cosan
36° Lirio Parisotto US$ 1.4 bilhão 63 Investimentos
37° Lina Maria Aguiar US$ 1.3 bilhão 79 Bradesco
38° Maurizio Billi US$ 1.3 bilhão – Eurofarma
39° Nevaldo Rocha US$ 1.3 bilhão 87 Guararapes
40° Antonio Luiz Seabra US$ 1.3 bilhão 74 Natura
41° Miguel Krigsner US$ 1.2 bilhão 67 Grupo Boticário
42° Lia Maria Aguiar US$ 1.1 bilhão 79 Bradesco
43° Daisy Igel US$ 1.1 bilhão 89 Ultrapar

Fonte: Conexão Jornalismo

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